Rússia ameaça retaliação nuclear se os EUA lançarem mísseis balísticos

.Nesta quarta-feira (29/04), o governo russo alertou que poderia acontecer uma retaliação nuclear caso os Estados Unidos prosseguissem com os recursos de ogivas em baixa potência. continua depois da publicidade O Departamento norte-americano havia informado que a instalação dessas tecnologias, lançadas por submarinos, ajudaria a combater possíveis ameaças contra a Rússia e a China. Entretanto, […]

.Nesta quarta-feira (29/04), o governo russo alertou que poderia acontecer uma retaliação nuclear caso os Estados Unidos prosseguissem com os recursos de ogivas em baixa potência.

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O Departamento norte-americano havia informado que a instalação dessas tecnologias, lançadas por submarinos, ajudaria a combater possíveis ameaças contra a Rússia e a China.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, localizado no país russo, não aceitou a versão estadunidense segundo a qual essas armas reduziriam o risco de guerra nuclear.

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“Qualquer ataque envolvendo um míssil balístico lançado por um submarino dos EUA, independentemente das suas especificações, será visto como uma agressão nuclear”, disse Maria Zakharova em coletiva de imprensa. Ela é a porta-voz da diplomacia russa.

“Quem gosta de teorizar sobre a flexibilidade do potencial nuclear americano deve entender que, de acordo com a doutrina militar russa, essas ações serão vistas como garantia de uso retaliativo de armas nucleares pela Rússia”, concluiu Zakharova.

Ameaça de retaliação nuclear entre Rússia e Estados Unidos?

O governo dos Estados Unidos se diz preocupado com a possibilidade de coerção russa com o uso de armas nucleares não estratégias, especialmente no contexto de conflito limitado. No entanto, os representantes de Moscou já desmentiram qualquer argumento nesse sentido.

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O Departamento de Estado norte-americano, ainda assim, argumentou que a instalação e lançamento de ogivas nucleares em mísseis balísticos poderia ajudar a combater a ameaça russa.

De acordo com os apoiadores, o rápido desenvolvimento de ogivas poderia dissuadir a Rússia de usar os seus próprios equipamentos. Os EUA conseguiriam, dessa maneira, hesitar ou se recusar a responder na hipótese da Rússia detonar uma arma nuclear tática de baixa potência.

É importante lembrar que, no ano de 2019, os dois países abandonaram o Tratado de Armas Nucleares de Alcance Intermediário (IMF). Esse acordo havia sido firmado em 1988, com o objetivo de conter possíveis corridas armamentistas e reduzir o arsenal no caso de retaliação nuclear.

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Instalação de ogivas nucleares já havia sido confirmada pelos Estados Unidos

Em fevereiro, A Federação de Cientistas Americanos (FAS) havia confirmado a instalação de ogivas nucleares recém-desenvolvidas e de baixa potência. O armamento estaria dentro de um submarino USS Tennessee. A embarcação deixou a sua base em Kings Bay, estado da Geórgia, no fim de dezembro do ano passado.

“Esta capacidade suplementar reforça os mecanismos dissuasores. Também providencia aos EUA um armamento estratégico célere de baixa potência”, informou o subsecretário de Defesa para Política dos EUA, John Rood.