Com o aumento da população humana, destruição de habitats e a caça desenfreada, a humanidade já extinguiu diversos animais e está muito próxima de apagar da face da Terra outros tantos. Uma das vítimas dessa destruição foi Íbex-dos-pireneus (ou bucardos, como também eram chamados).
Durante muito tempo, essa espécie de caprino habitou as montanhas dos Pirineus entre França e Espanha, tendo se adaptado perfeitamente tanto às elevadas altitudes quanto ao frio extremo que o inverno impõe à região.
Fim de uma era
Infelizmente, a partir da segunda metade do século XX, o número de exemplares de bucardos começou a decair muito, devido, principalmente, à caça dita esportiva.
Como não houve políticas de proteção adequadas, em 2000, quando o filhote Célia morreu, a espécie foi declarada oficialmente extinta.
Tentativas da ciência de trazer o animal de volta à vida
Quando Célia faleceu, foram coletadas amostras de tecidos para serem congeladas em nitrogênio líquido, visando manter exemplares de seu material genético.
Então, em 2003, um grupo de cientistas franceses e espanhóis montou uma força tarefa para tentar fazer o impossível: clonar esse último exemplar e trazer o Íbex-dos-pireneus de volta ao mundo.
Sucesso, mas nem tanto
A equipe de pesquisa implantou 208 embriões em fêmeas híbridas de cabra com íbex. Dessas, apenas sete realmente engravidaram e só uma conseguiu dar à luz.
O filhote não apresentou nenhuma complicação durante a prenhez, nascendo com 2,5 kg. Entretanto, para decepção geral, ele morreu apenas dez minutos após o nascimento devido a problemas respiratórios.
Vale ressaltar que, no processo de clonagem, é comum haver problemas desse tipo, a despeito de o material genético ser exatamente igual ao do doador original que, via de regra, viveu normalmente.
Como ficou claro, a clonagem não é uma ferramenta de salvação, porque, mesmo que desse certo, ela criaria indivíduos sem nenhuma variabilidade genética, portanto uma comunidade muito vulnerável.
Por isso, o melhor caminho, para termos variedade na vida terrestre, ainda é cuidar das espécies antes que elas acabem extintas.