Facebook derruba vídeo de Bolsonaro que relaciona Aids e vacina da COVID-19

A live foi apagada no domingo (24/10) tanto do Facebook quanto do Instagram. Bolsonaro fez outra transmissão comentando o assunto.

Pela primeira vez, o Facebook derrubou uma das lives do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), embora tenha ocorrido após transmissão ao vivo. A live ocorreu na última quinta-feira (21) e o motivo do vídeo ser retirado da plataforma foi a suposta associação feita pelo mesmo entre a vacina imunizante contra a COVID-19 e o desenvolvimento do vírus HIV (Aids).

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Em nota, o Facebook informou que viola as políticas da rede social a alegação de que as vacinas contra o coronavírus podem matar ou causar danos às pessoas. Logo após as declarações do presidente, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) lançaram uma nota para rebater o presidente em suas afirmações.

Já nesta segunda-feira (25), Bolsonaro fez outra transmissão pelo Facebook comentando sobre a declaração polêmica. Ele afirmou que apenas repetiu uma informação de reportagem feita pela revista Exame e que, em seguida, a própria revista o acusou de propagar fake news.

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A live foi apagada na noite deste domingo (24) tanto do Facebook quanto do Instagram. Anteriormente, a empresa já havia derrubado um vídeo, mas não era uma live, em que Bolsonaro falava a respeito da cloroquina como a “cura” para a COVID-19.

Na suposta notícia que Bolsonaro se baseou, é mencionado um estudo feito no Reino Unido que afirma que pessoas com síndrome da imunodeficiência adquirida estariam desenvolvendo Aids de maneira mais rápida após a vacina contra a COVID-19.

Mas nenhum estudo nesse sentido é encontrado no Reino Unido, conforme apuraram diversos sites de fact-checking. A reportagem que Bolsonaro cita da revista Exame é de 2020 e não faz uma afirmação, tendo o título: “Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV?”.

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À época, os pesquisadores ainda estudavam a possibilidade de que algumas vacinas que utilizam adenovírus, que seriam específicos no combate ao vírus SARS-CoV-2, pudessem fazer com que aumentassem riscos de pacientes se infectarem com o vírus do HIV. Porém, a pesquisa não apresentou nenhuma dessas evidências.