Apesar de estarmos constantemente ligados à tecnologia, é preciso lembrar que aparelhos como smartphones e tablets são dispositivos relativamente novos, por isso não existem muitos estudos em relação aos efeitos do uso prolongado desses aparelhos, especialmente em crianças.
No caso dos pequenos, precisamos lembrar que se tratam de pessoas com o cérebro em pleno desenvolvimento e que, quando são privadas das atividades que as ajudam a desenvolver habilidades criativas e de coordenação motora, como brincar no parquinho e pintar desenhos, podem ter prejuízos de aprendizado, comunicação e desenvolvimento.
As redes sociais, como o Instagram, recomendam que apenas pessoas com mais de 13 anos criem perfis na plataforma, o que já nos dá um norte em relação à faixa etária adequada para esse tipo de exposição, mas e em relação ao uso do celular? Qual é a idade mais apropriada?
A partir de qual idade uma criança pode ter celular?
Comprar ou não um celular para os filhos é um dos dilemas mais contemporâneos possíveis quando pensamos em parentalidade.
Se, por um lado, podemos estimular pesquisas e o uso de ferramentas educativas, por outro, corremos o risco de expor pessoas em fase de desenvolvimento a diversos perigos relacionados com o uso da internet.
Um levantamento feito em 19 países europeus revelou que 80% das crianças com idades entre 9 e 16 anos já têm celular e usam o aparelho diariamente. Depois dos 16 anos, 90% dos adolescentes já têm seus próprios smartphones.
O mesmo documento mostrou, também, que a maioria absoluta das crianças não consegue entender os reais riscos da internet e do uso indiscriminado das redes sociais.
Entre esses riscos, citamos as chances de conhecer predadores virtuais, de ter acesso precoce a conteúdos adultos e, inclusive, de desenvolver depressão e transtorno de ansiedade.
Nos adolescentes, o uso frequente das redes sociais está diretamente relacionado com níveis maiores de insatisfação com a vida ao longo do ano.
Falta de consenso
Embora os pesquisadores defendam a ideia de que deveria existir uma idade limite para o uso de celular, a verdade é que não há legislação específica para esses casos.
O conselho dos psicólogos que estudam o comportamento infantil e adolescente é adiar ao máximo a compra do celular para a criança.
Uma vez que a família opte por comprar o smartphone, é preciso estipular limites, instalar aplicativos de controle de conteúdos e não deixar que a criança ou adolescente fique com o celular sozinha, especialmente se estiver trancada no quarto ou à noite.
O uso excessivo de telas também está relacionado com transtornos de sono e com casos de obesidade, por exemplo. Por isso, embora seja uma decisão que caiba a cada cuidador, esses fatores devem ser levados em consideração.
Além disso, é importante que os pais monitorem os conteúdos publicados nas redes sociais. Nesse sentido, recomendamos manter sempre no modo privado os perfis de crianças e adolescentes, avaliando todos os seguidores e não publicando fotos que mostrem, por exemplo, o uniforme da escola das crianças.