Em anúncio divulgado na última segunda-feira (18/05), um novo teste de anticorpos recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa nova alternativa sorológica, fabricada pela farmacêutica norte-americana Abbott, tem o potencial de detectar os anticorpos com ainda mais precisão.
Os procedimentos anteriores atestam somente quando as pessoas já estão infectadas pelo novo coronavírus. Entretanto, o novo teste de anticorpos identifica a proteína IgG e é capaz de informar se os pacientes foram infectados em algum momento de suas vidas.
A alternativa demonstrou especificidade maior do que 99% em 14 dias ou mais após o início dos sintomas. Todos os resultados dos estudos estão disponíveis no Journal of Clinical Microbiology.
Novo teste de anticorpos pode ajudar na produção de vacina
O novo teste de anticorpos pode ser um recurso importante para:
- Informar o período em que a infecção permanece atuando no corpo dos pacientes;
- Indicar se os anticorpos fornecem imunidade contra novas infecções.
A farmacêutica norte-americana Abbott também esperar que os resultados ajudem na elaboração de uma vacina contra a COVID-19.
Como funciona o processo de pesquisa e produção de uma vacina?
Diversos pesquisadores estão atuando em busca de um imunizante que seja capaz de neutralizar o novo coronavírus. No entanto, os procedimentos são mais complexos do que aparentam.
“O desenvolvimento de um imunizante requer um longo período de estudos. Isso envolve pesquisas para identificar a parte do vírus ou bactéria que seja imunogênica. Ou seja, que produza anticorpos e para testes que possam garantir a segurança e a eficácia da vacina contra doenças”, explica o médico Alfredo Elias Gilio à Agência Einstein.
O processo de produção pode tomar diferentes rumos. Um deles está relacionado com a remoção de uma parte do microrganismo, como a proteína da superfície. Dessa maneira, a composição coletada ativa os anticorpos para neutralizar a proteína.
Outro método diz respeito às tentativas de enfraquecer o vírus e a bactéria, que ficam incapazes de causar doenças e passam a ter o ciclo de replicação previsível.
“A imunização é fundamental para reduzir os casos de contaminação e até eliminar algumas doenças. No Brasil, as ações de vacinação foram bastante eficientes para erradicarmos o sarampo, a varíola e a poliomielite”, complementa Hélio Arthur Bacha. O infectologista também é consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia.