A vacina contra o coronavírus demonstrou bons potenciais na fase inicial do estudo, conforme informações da empresa “Moderna” de biotecnologia norte-americana. Na última segunda-feira (18/05), determinados anticorpos neutralizadores foram produzidos nos experimentos, que são parecidos com aqueles encontrados nos pacientes em estado de recuperação.
Com as boas prospectivas, o preço de ações da empresa disparou em torno de 25%. “A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstra que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada por infecção natural”, disse Tal Zaks em comunicado. Ele é o diretor médico responsável pela Moderna.
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas contra o coronavírus. Especialistas estimam que uma solução segura pode demorar entre 12 e 18 meses. De qualquer maneira, a empresa Moderna espera iniciar o estágio final ainda no mês de julho de 2020.
Vacina contra o coronavírus recebeu o selo de “aprovação rápida”
Os testes da empresa Moderna estão na vanguarda dos esforços para o tratamento eficaz contra a COVID-19. Na semana passada, inclusive, as doses receberam o selo de “aprovação rápida” da agência de saúde estadunidense. Isso quer dizer que a revisão regulatória pode ser feita em menos tempo.
Até então, 45 voluntários receberam três doses diferentes da vacina. Ao menos oito deles já mostraram níveis de anticorpos similares aos de pessoas curadas pela COVID-19.
“Estamos investindo para intensificar a fabricação para que possamos maximizar o número de doses que conseguimos produzir com o objetivo de ajudar a proteger tantas pessoas quanto pudermos da SARS-CoV-2”, disse o executivo-chefe da Moderna, Stéphane Bancel.
Um dos participantes teve certa vermelhidão no local da injeção, o que foi caracterizado como um efeito de “grau 3”. Entretanto, não foi relatado nenhuma consequência grave ou colateral.
Como as vacinas são produzidas?
Os pesquisadores precisam passar por uma série de etapas antes do resultado final. Entre elas, está a pesquisa básica para levantamento dos tipos de doses que podem ser realizadas.
Os testes pré-clínicos, posteriormente, atestam (ou não) a segurança e eficácia inicial do produto. Em sequência, os ensaios clínicos se desdobram em quatro fases:
- Primeira fase: feita em seres humanos para verificar a segurança da vacina;
- Segunda fase: onde se identifica qual a resposta imunológica do organismo (imunogenicidade);
- Terceira fase: registro sanitário;
- Quarta fase: distribuição ampla.
A vacina contra o coronavírus, no momento, está sendo desenvolvida em 118 versões diferentes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que oito estão em fase clínica, incluindo a da empresa Moderna, e 110 em fase pré-clínica.