A campanha Setembro Amarelo tem o objetivo de conscientizar as pessoas a respeito do suicídio, um assunto que, embora seja de extrema importância, ainda é considerado tabu. Ideações suicidas são muito mais comuns em indivíduos com algum tipo de doença ou transtorno mental.
Falar a respeito dos cuidados com nosso lado emocional é, portanto, algo de extrema importância. Ainda que a ideia da psicoterapia seja mais bem difundida, existem alguns mitos a respeito do tema, por isso resolvemos conversar com a psicóloga Ketlin Monteiro Felipe de Oliveira.
Ketlin se formou em 2018 e, desde então, atua com Psicologia Hospitalar, tendo trabalhado em maternidades, hospitais gerais e de urgência e emergência. Veja o que ela nos explicou sobre o processo terapêutico e seus principais mitos:
“O psicólogo vai me dar conselhos e resolver meus problemas”
MITO. Ketlin explica que a psicoterapia não serve para achar uma solução para os problemas, mas sim para proporcionar “um espaço de escuta e reflexão, de compreensão e nomeação de sentimentos, atitudes e pensamentos, auxiliando no processo de solução dos problemas”.
“O psicólogo só escuta”
MITO. De fato, o psicólogo exerce sua capacidade de escuta qualificada, mas, conforme explicou Ketlin, “ao longo das sessões o psicólogo também se utiliza de outras técnicas e intervenções, visando favorecer o andamento do caso de acordo com os objetivos elencados pelo indivíduo”.
“Quem tem um bom amigo não precisa de psicoterapia”
MITO. O psicólogo estuda, só durante a graduação, cinco anos para atender seus pacientes. A forma de interação entre terapeuta e paciente é totalmente diferente das conversas que temos com amigos queridos, mesmo quando desabafamos a respeito dos problemas da vida.
“Um desabafo ou confidência com um amigo, por mais satisfatório ou reconfortante que seja, não cumpre a mesma função nem produz os mesmos efeitos que uma escuta exercida por um psicólogo num contexto de psicoterapia”, finaliza a psicóloga.
A psicoterapia é benéfica para quase todas as pessoas, mas é ainda mais indicada para quem tem algum transtorno psiquiátrico ou psicopatologia. No caso de pensamentos suicidas, buscar ajuda o quanto antes é fundamental.
Se quiser receber instruções mais específicas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV), através do número 188.