As discussões sobre saúde mental têm ganhado cada vez mais espaço, o que é muito bom, pois algumas pessoas ainda sofrem com doenças mentais e não buscam ajuda por preconceito, medo ou por julgarem que se trata de algo sem importância.
Acontece que, da mesma forma como a hipertensão, por exemplo, é uma doença que precisa de diagnóstico, tratamento e mudanças de estilo de vida, as doenças mentais também devem ser diagnosticadas e tratadas. Em alguns casos, é necessária a combinação da psicoterapia com o acompanhamento psiquiátrico.
Para entender melhor essa questão, a equipe do Tudo Bahia conversou com a psicóloga Ketlin Monteiro Felipe de Oliveira, que trabalha no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia e no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Caio Louzada, onde exerce a função de Psicóloga Hospitalar.
Falamos especialmente a respeito da ansiedade que, como sentimento isolado, é uma resposta natural do corpo humano frente às demandas do ambiente. Ou seja: é esperado que as pessoas se sintam ansiosas em momentos específicos, como durante uma prova do vestibular.
A ansiedade passa a ser considerada um transtorno psiquiátrico, conforme a explicação de Ketlin, “quando sua intensidade, duração ou frequência se tornam desproporcionais e causam sofrimento e prejuízo para o sujeito. Portanto, a ansiedade só será considerada uma psicopatologia quando se tornar uma emoção desagradável e incômoda ao indivíduo, aparecendo mesmo na ausência de um estímulo externo que possa explicá-la”.
A psicóloga nos explicou que existem diversos transtornos de ansiedade, sendo que o transtorno da ansiedade generalizada (TAG) costuma envolver queixas em relação aos seguintes sintomas físicos:
- Tensão muscular;
- Dor;
- Fadiga;
- Cefaleia;
- Queimação no estômago;
- Taquicardia;
- Tontura;
- Formigamento;
- Sudorese fria;
- Insônia;
- Dificuldade de concentração.
Em relação aos sintomas psicológicos, Ketlin elencou as seguintes queixas:
- Preocupação excessiva sobre diversos acontecimentos e fatos;
- Apreensão e temor pelo pior;
- Preocupações de difícil controle;
- Preocupações difusas;
- Hipervigilância;
- Irritabilidade aumentada;
- Tensão subjetiva.
Em algumas pessoas, os sintomas acontecem em determinadas situações, mas muitos indivíduos apresentam as queixas de forma constante e permanente, especialmente quando falamos em TAG.
Ketlin explicou também que a forma de lidar com a ansiedade “varia de acordo com a origem, a intensidade e a frequência dos sintomas ansiosos. Enquanto uma resposta natural do organismo frente às demandas do ambiente, precisaremos sempre lidar com a ansiedade ao longo da vida. Contudo, quando causa sofrimento psíquico e prejuízo ao indivíduo entramos no campo da psicopatologia e o tido ‘controle’ da ansiedade pode ser mais difícil”.
A psicóloga falou, ainda, que técnicas de respiração costumam ajudar a aliviar os sintomas da ansiedade e que o ideal, nesse sentido, é buscar focar toda a atenção na respiração e na expiração.
Se você se identificou com esses sintomas, busque ajuda psicológica. Se o profissional achar que é necessário, ele poderá fazer um encaminhamento para um médico psiquiatra, que pode receitar algum tipo de medicamento.