É cada vez mais comum ouvirmos queixas a respeito de doenças mentais. A depressão é uma das mais conhecidas, mas que, ainda assim, carrega estigmas associados com a falta de informação que temos a respeito da doença.
Para esclarecer quais são os sintomas e o tratamento da depressão, a equipe do Tudo Bahia conversou com a psicóloga Ketlin Monteiro Felipe de Oliveira, que trabalha na área hospitalar.
Ela nos explicou que a depressão é uma psicopatologia, ou seja, uma doença que envolve sintomas psicológicos, além de físicos. No campo afetivo, segundo Ketlin, tem-se tristeza intensa, angústia, apatia, desesperança, irritabilidade e, em alguns casos, ansiedade e até o “tédio”.
Em relação aos sintomas físicos, Ketlin falou que “é comum a presença de anedonia e/ou avolia, sendo que a primeira se refere à perda da satisfação ou interesse em atividades que anteriormente eram prazerosas e agradáveis, enquanto que a segunda diz respeito à diminuição das atividades motivadas e com finalidades”.
A depressão também afeta a nossa maneira de pensar. A psicóloga nos explicou que é comum o pessimismo, assim como as ideias de culpas e arrependimentos, além de autoestima baixa, sensação de incapacidade e inutilidade e, inclusive, ideações suicidas.
É também frequente que a depressão cause insônia ou sono em excesso, alterações de apetite, dificuldade de concentração, lentificação psicomotora, dificuldade para tomar decisões, entre outros fatores.
Lendo isso tudo fica mais fácil entender como, em alguns casos, a doença pode ser incapacitante, por isso é fundamental falar sobre ela e desmistificar a ideia de que a pessoa com depressão só precisa de força de vontade. Nos casos mais graves da doença, é possível até mesmo que o paciente apresente sintomas psicóticos, como alucinações e delírios.
Como tratar a depressão
Ainda que alguns aspectos relacionados ao estilo de vida possam colaborar para o alívio do quadro, como dormir bem, praticar atividades físicas, ter uma alimentação equilibrada e contar com o apoio da família, é preciso frisar que a depressão é também um desequilíbrio químico, que afeta o cérebro.
Da mesma forma que é preciso tomar remédios para controlar a hipertensão, por exemplo, pode ser preciso tomar antidepressivos para diminuir os efeitos da depressão.
A psicóloga nos explicou que “o tratamento para os transtornos depressivos, geralmente, consiste em um acompanhamento psicoterápico em conjunto com o acompanhamento psiquiátrico. Em casos mais graves de depressão, principalmente aqueles que apresentam sintomas psicóticos, planejamento e tentativa de suicídio, a medicação pode ser um aliado fundamental no tratamento do sujeito”.
É importante entender que os remédios para a depressão agem de forma lenta e cumulativa, por isso demoram semanas para fazer efeito.
Ketlin finaliza explicando que “a psicoterapia é de extrema importância para a resolução de qualquer quadro depressivo e a forma como será conduzido o tratamento varia muito de acordo com a abordagem que o profissional utiliza para orientar seu trabalho”.
Se você tiver sintomas de depressão, não hesite em buscar ajuda médica e psicológica.