O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, oficializou a distribuição da CoronaVac aos governadores que participaram de cerimônia hoje (18/01) em Guarulhos, na Grande São Paulo. Os estados devem começar a imunização contra a COVID-19 ainda nesta segunda-feira.
O convite ao evento de hoje foi feito por Pazuello ontem (17/01) aos governadores, depois do governador João Doria (PSDB-SP) ser acusado de usar a vacinação contra a COVID-19 antes do Plano Nacional de Imunização (PNI) como estratégia de marketing.
A CoronaVac foi produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Pazuello informou que serão distribuídas aproximadamente 6 milhões de doses da vacina e a imunização contra a COVID-19 deve começar nos estados a partir das 17h.
O ministro admitiu que “os processos decisórios não foram fáceis para se votar unanimemente [na Anvisa] para autorizar o uso emergencial” das vacinas. “Há ressalvas ainda com documentos a serem cumpridas até 31 de março”, acrescentou Pazuello.
Plano Nacional de Imunização contra a COVID-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem (17/01) o uso emergencial de duas vacinas contra a COVID-19, vindas da China e do Reino Unido
. A CoronaVac (chinesa) e a vacina de Oxford (inglesa), que foi desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, será produzida no Brasil pela Fiocruz (mas ainda não está disponível).
“O Butantan e a Anvisa cumpriram com seu papel, e o nosso é aplicar e monitorar todos os vacinados”, declarou Pazuello.
Oficialmente, o plano de imunização contra a COVID-19 estava previsto para começar nesta quarta-feira (20/01), mas devido às demandas estaduais o plano foi adiantado, tanto de distribuição quanto de aplicação das vacinas, para esta segunda-feira (18/01).
A imunização vai começar pelos grupos prioritários: profissionais de saúde, idosos em instituição de longa duração, indígenas aldeados, deficientes com deficiências específicas.
Eficácia das vacinas
Muito se tem discutido a respeito da eficácia e segurança dos imunizantes contra COVID-19 que estão sendo produzidos no mundo.
Vamos explicar, brevemente, sobre as vacinas recentemente aprovadas pela Anvisa.
VACINA | EFICÁCIA | SEGURANÇA | EFEITOS COLATERAIS |
CoronaVac | 50,38% | O imunizante é 100% eficaz para prevenir casos graves e moderados (que precisam de hospitalização). E 78% de eficácia para evitar casos leves (que precisam de atendimento ambulatorial). | Não há relatos divulgados de efeitos colaterais graves. Um estudo com mais de 50 mil, realizado em setembro, com voluntários chineses registrou apenas incômodos leves: dor no local da injeção, fadiga e febre baixa. Alguns participantes experimentaram perda de apetite, dor de cabeça e febre mais elevada.
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Vacina de Oxford | 70,4% | A imunização contra COVID-19 foi de 62,1% para os voluntários que receberam duas doses completas da vacina. E subiu para 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa no intervalo de um mês. Nenhum dos voluntários imunizados apresentou quadro grave de infecção.
| Resultados preliminares publicados na fase 3 dessa vacina. O texto relata sobre um episódio já reportado de mielite transversa (síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal) e sobre febre superior a 40 °C, registrado na África do Sul, dois dias após o voluntário ter se vacinado. Contudo, o voluntário se recuperou rapidamente e não precisou de internação. Como foi um caso isolado é provável que não seja uma reação comum.
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