Nesta segunda-feira (14/12), o vice-presidente da República afirmou que não é possível garantir uma data de vacinação contra a COVID-19 no Brasil. Isso porque, conforme as próprias palavras do general Hamilton Mourão, o anúncio oficial seria “precipitado”. Sua resposta vem logo após a determinação do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, sobre a obrigatoriedade de informar os prazos para o plano de vacinação no país.
“Esta é uma discussão, mais uma vez, muito polarizada. Vamos lembrar que as principais agências certificadoras do mundo não deram certificação para nenhuma vacina ainda, tem uma autorização experimental para essa da Pfizer. Se começar a dar problema, vão ter que suspender”, disse o vice-presidente durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto.
Hamilton Mourão também disse que o governo federal deverá “comprar tudo o que tiver que ser comprado” para o plano de vacinação contra a COVID-19. Entretanto, o vice-presidente não confia no imunizante CoronaVac, que foi desenvolvido em parceria com o laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan.
“Quem comprou a CoronaVac? Nenhum país comprou a CoronaVac. Está todo mundo comprando Pfizer ou outras aí. Eu também estou angustiado. Quero ser vacinado, mas vamos aguardar”, complementou.
Definir data de vacinação contra a COVID-19 é irresponsável, diz secretário da Saúde
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, já havia comentado sobre a obrigatoriedade de informar prazos para a vacinação contra a COVID-19. Em pronunciamento realizado no último domingo (13/12), ele disse que é “irresponsável” definir as datas para o plano de imunização no Brasil.
“Seria irresponsável darmos datas específicas para o início da vacinação porque depende de registro em agência reguladora, posto que só saberemos da segurança completa quando finalizados os estudos clínicos da fase 3”, disse. “Como estabelecer um calendário de vacinação sem saber se a vacina estará liberada para uso com a certeza de sua segurança e eficácia?”.
Vale lembrar que o plano de vacinação contra a COVID-19, que foi apresentado pelo governo brasileiro, prevê imunizações em quatro fases diferentes. As doses vão começar a ser aplicadas em:
- Trabalhadores de saúde;
- Pessoas com idade igual ou superior a 75 anos;
- Indígenas; e
- Pessoas com 60 anos ou mais que estejam em instituições, como lares para dedicados para idosos.
O documento não detalha qual será a vacina a ser aplicada e nem as datas para a execução do plano. Por outro lado, o vice-presidente da República já disse que o país “deve levar um ano vacinando”.
Sabe-se que o governo federal assinou um termo de compromisso para adquirir ao menos 70 milhões de doses da Pfizer/BioNTech. Além do mais, o Brasil mantém acordo com a AstraZeneca/Oxford para o fornecimento de 100 milhões de vacinas.