Um lote contendo 600 litros da CoronaVac, vacina contra COVID-19 que está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, chegou hoje de manhã ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU). Segundo o secretário de saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, a vacina começará a ser produzida no Brasil neste fim de semana.
O carregamento que foi enviado para o instituto se trata de insumos que ainda passarão por uma avaliação técnica para checar a qualidade, eles serão utilizados na produção da CoronaVac assim que forem liberados.A vacina ainda não foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“As vacinas já começam a ser produzidas no final de semana. Então, no início da semana, essas doses já estarão prontas, serão formuladas, envasadas e, aí sim, de forma adequada, estocadas esperando a liberação dos órgãos regulatórios”, disse o secretário em entrevista à TV Globo.
600 litros de CoronaVac
Mesmo após a chegada dos insumos, o Instituto Butantan precisa comprovar a eficácia da CoronaVac para que ela seja liberada. A vacina se encontra na fase 3 de testes em voluntários, com percentual mínimo de infecção. Agora, cabe à Anvisa liberar a imunização no Brasil. Segundo Gorinchteyn, após a aprovação a CoronaVac pode começar a ser aplicada na população no primeiro bimestre de 2021.
Na última terça-feira, 1° de dezembro de 2020, o secretário disse que os resultados dos testes devem ser divulgados na próxima semana. “Nós imaginamos e desejamos que ainda no primeiro bimestre do próximo ano nós já estejamos iniciando a vacinação da população”, afirmou.
Vacinação pode começar em janeiro
Já o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, se disse otimista e espera que se a vacina receber a aprovação da Anvisa no mês de janeiro, a vacinação será iniciada imediatamente. “Se a vacina estiver pronta para uso, nós temos que começar a vacinação. Simplesmente porque a vacina pode salvar um milhão de pessoas. Não faz sentido atrasar a distribuição de uma vacina já registrada na Anvisa”, disse em entrevista à Globonews.
O Ministério da Saúde já sinalizou que o programa de vacinação para os brasileiros deve começar apenas em março. Mas, segundo Covas, as 46 milhões de doses da CoronaVac serão distribuídas em 2021, com ou sem o financiamento do Ministério da Saúde. Disputas ideológicas entre o presidente Jair Bolsonaro e o Governo de São Paulo causam preocupação referente à liberação da CoronaVac.
“Será a primeira vacina disponível no Brasil. Com o financiamento do ministério ou sem o financiamento do ministério, essas 46 milhões de doses serão utilizadas muito rapidamente no início do próximo ano. Nós já temos acordo com diversos estados e confederações de municípios, então será feito. Espero que com apoio do ministério”, afirmou o diretor do Instituto Butantan.