Durante uma live realizada em seu Facebook, nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro questionou se a China usou a sua vacina contra Covid-19, a CoronaVac. Além disso, voltou a dizer que apenas comprará lotes da CoronaVac caso a vacina seja aprovada pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa.
Na última segunda-feira (09/11) à noite, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que os estudos seriam suspensos após “evento adverso grave” durante a fase de testes da vacina, que foi a morte de um voluntário. Porém, de acordo com boletim de ocorrência registrado em São Paulo, a morte deu-se em decorrência de um suicídio.
Assim, na quarta-feira (11), a Anvisa autorizou a retomada dos testes da vacina, “após avaliar os novos dados apresentados”.
‘Quero saber se esse país usou a vacina no seu país’, disse Bolsonaro sobre Coronavac
O presidente afirmou que só pretende adquirir a vacina, que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, caso a China também adote o imunizante.
“A vacina parece que tem alguma coisa esquisita aparecendo por aí… Não vou falar aqui para evitar polêmica, falar que eu estou politizando a questão da vacina” comentou.
Ele chegou a comparar a vacinação local à compra de armamentos e reiterou ser contrário à obrigatoriedade da vacina. “Sei que não compete a mim isso aí, mas quero saber se esse país usou a vacina no seu pais. Igual armamento, quando se fabrica armamento em qualquer país do mundo, o país que quer comprar fala: ‘Seu Exército está usando esse armamento? Se está usando, sinal que é bom, então vamos comprar isso aí’. No que depender de mim, também, a vacina não será obrigatória”.
CoronaVac ainda está em fase de testes
Devem chegar 120 mil doses no dia 20 de novembro ao Brasil, mas a CoronaVac ainda está na terceira fase de testes, que é a última. A Sinovac precisa submeter seus resultados ao órgão controlador, a Anvisa, para poder ser liberada.
Nesta fase, os voluntários são divididos em dois grupos: um recebe a vacina e outro, placebo —uma substância sem efeito. Somente um comitê internacional sabe quem tomou ou não o imunizante. Os voluntários são monitorados por este grupo porque é preciso que 61 deles sejam infectados pelo novo coronavírus.
Doria comentou, durante um anúncio, com objetivo de tranquilizar a população quanto a procedência da vacina. “Quero esclarecer aqui que nós seguimos e vamos continuar a seguir rigorosamente os protocolos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação da vacina. A vacina só será levada ao público às pessoas após autorização final da Anvisa”, salientou.