Foi anunciado nesta segunda-feira (09/11), que a vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya com apoio do Fundo Russo de Investimento Direto, já possui “mais de 90%” de eficácia contra a COVID-19. A informação foi publicada depois de as farmacêuticas Pfizer e BioNTech terem anunciado que a vacina candidata havia alcançado esse índice de eficácia.
Apesar das divulgações, nenhum estudo que embasasse os anúncios da Rússia ou das farmacêuticas foi publicado.
Atualmente, são dez as vacinas que estão na fase três de ensaios clínicos, que é a última antes da aprovação.
“Somos responsáveis por monitorar a eficácia da vacina Sputnik V entre os cidadãos que a receberam como parte do programa de vacinação em massa”, disse Oksana Drapkina, diretora de um instituto de pesquisa do Ministério da Saúde russo, em um comunicado.
Além disso, o comunicado afirma que a vacina apresentou 90% de eficácia, que representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. “Com base em nossas observações, também é superior a 90%. O aparecimento de outra vacina eficaz – esta é uma boa notícia para todos”, declarou Oksana Drapkina.
Sobre a vacina Sputnik V
A Rússia foi o primeiro país a sair na frente no campo da ciência e registrar uma vacina contra a COVID-19. Isso aconteceu em agosto de 2020. Com o anúncio, muita preocupação se instalou entre os cientistas. Isso porque a informação era de que os testes de fase 3 e vacinação em massa seriam realizados de forma simultânea.
Recentemente, o governo russo firmou uma parceria com o governo do Paraná, no Brasil, para desenvolvimento da Sputnik V no país. No mês passado, foi divulgado que o Brasil poderia começar a produzir a vacina em dezembro deste ano.
Em outubro, o país pediu aprovação do uso emergencial da Sputnik V à Organização Mundial de Saúde (OMS). A Sputnik V é baseada em uma plataforma (processo de manufatura) de vetor viral em que um vírus modificado (no caso da vacina russa, dois tipos de adenovírus) é usado para introduzir parte do material genético do coronavírus no organismo e induzir a produção de anticorpos pelo corpo.
Como funciona o teste das vacinas?
A produção das vacinas conta com as fases de testes, normalmente divididas em três etapas. Por meio delas, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização é capaz de ter uma resposta do sistema de defesa do corpo.
Antes de iniciar as testagens em humanos, as vacinas são testadas em animais (normalmente em camundongos e, depois, em macacos). Em razão da urgência da vacina, as fases têm sido realizadas ao mesmo tempo, mas normalmente são realizadas separadamente.