Não é novidade que houve um tempo em que a “caça às bruxas” era comum. Para que uma mulher fosse considerada bruxa, não era preciso que ela fizesse poções ou tivesse crenças em poderes sobrenaturais — às vezes, bastava que ela “saísse da linha” e ferisse os valores da sociedade para que fosse julgada como praticante de bruxaria.
Nesse sentido, a história mais famosa é, sem dúvida, das Bruxas de Salém, que aconteceu entre os anos de 1692 e 1693, nos EUA, resultando na prisão e na morte de muitas pessoas. Veja, a seguir, algumas curiosidades interessantes por trás desse acontecimento:
Onde era Salém?
Salém ficava dentro de uma colônia britânica, uma região que, na época, ficou famosa devido aos altos casos de criminalidade e às disputas por terra.
Naquele período, os moradores decidiram que a Igreja tinha o poder de comandar a sociedade, formada por uma hierarquia bem machista, que considerava as mulheres inferiores aos homens.
Doença misteriosa
No começo de 1692, a filha de um líder religioso de Salém, uma garotinha chamada Betty Parris e que tinha apenas nove anos, começou a ficar doente. Ela dizia que tinha a sensação de levar picadas constantes pelo corpo e, em pouco tempo, mais seis meninas apresentaram as mesmas queixas.
O médico avaliou o problema e disse que sua origem era sobrenatural, o que deixou os moradores aflitos atrás de uma explicação para o fenômeno.
A doença, hoje em dia
Ao avaliar os sintomas descritos pelas garotas, os médicos de hoje em dia apontam possíveis causas científicas: crises de asma e epilepsia. É possível, também, que as garotas tenham sido vítimas de abusos.
Bruxaria
Na época, havia um livro chamado “Memoráveis Providências”, escrito por Cotton Mather, e que descrevia o caso de uma lavadeira em Boston, que se tornou suspeita de praticar bruxaria. A vítima desse feitiço tinha sintomas semelhantes aos de Betty, gerando um pânico absoluto em todos os moradores de Salém.
A primeira suspeita de praticar bruxaria foi Tituba, uma mulher escravizada e que contava histórias folclóricas às crianças. Para não ser enforcada, Tituba confessou ser bruxa e ter a capacidade de voar.
As outras mulheres acusadas também acabaram confessando, para evitar o enforcamento. Foi criada, então, uma corte específica para julgar o caso. A corte era constituída por cinco juízes e as acusadas não poderiam chamar testemunhas para compor a defesa.
O julgamento
A primeira mulher julgada foi Bridget Bishop, que não era bem vista pelos moradores de Salém e foi alvo de diversas acusações, como a de ter se transformado em gato. Condenada, recebeu a pena de morte por enforcamento.
Ao todo, mais de 150 “bruxas” foram julgadas e presas, incluindo uma criança de apenas quatro anos, que ficou oito meses atrás das grades. Além disso, 20 sentenças de morte foram cumpridas.
Hoje, o caso das bruxas de Salém é considerado um exemplo clássico de histeria coletiva. Para muitos historiadores, os juízes se aproveitaram das acusações para não falarem sobre o problema com a posse de terras e os conflitos frequentes na região.