Localizado nos EUA, o lugar mais silencioso do mundo é uma sala de 40m² instalada na sede da Microsoft. Construído em parceria com as Indústrias Eckel de Controle de Ruído, o espaço é usado para testar fones de ouvido e outros gadgets. O nome técnico é câmara anecoica, que vem do latim “sem ecos”.
Dentro da sala, o ruído ambiente é de 20,3 decibéis negativos. Para se ter uma ideia, quando um ser humano acha não estar ouvindo nada, a intensidade do som é de 0 decibel. Uma respiração calma tem cerca de 10 decibéis, o barulho da geladeira cerca de 40 decibéis e uma conversa normal, sem gritaria, chega a 60 decibéis.
Quando a intensidade do som vai além desses valores, a audição do ser humano começa a ser prejudicada, a exemplo do metrô (90 decibéis) ou um urro de elefante (114 decibéis).
O espaço consegue chegar a intensidade de som em decibéis negativos, porque além de ser quase completamente isolado de ruídos externos, ele é revestido por paredes que absorvem todas as ondas sonoras emitidas em seu interior.
Quando um ambiente possui paredes que conseguem engolir todas as ondas sonoras, ele equivale a um ambiente infinito, sem paredes, em que as ondas se propagam eternamente para longe do observador. Daí o motivo pelo qual o nome da sala faz referência à ausência de eco.
O recorde de permanência em uma câmera anecoica – não da Microsoft – mas outra em que a intensidade do som chega a 9,4 décibeis, é de 45 minutos. Para quem deseja experimentar passar um tempo na câmera, a experiência pode ser enlouquecedora, por conta da quantidade de sons que pode ser ouvida.
Para se ter uma ideia, depois de alguns minutos dentro do espaço, é possível escutar o movimento das roupas no corpo, o som do próprio coração, estômago, pulmão, os fluidos na boca ou na garganta e até a circulação do sangue no cérebro. Isso acontece porque o cérebro começa a “recalibrar” a audição, provocando uma maior sensibilidade dos ouvidos aos sons.