De acordo com a Associação de Psicólogos Americanos (APA), a hipnose é uma técnica na qual um especialista sugere a uma pessoa mudanças em seus pensamentos, percepções, sensações ou comportamentos.
Para a APA não é uma terapia em si, mas sim mais uma técnica, utilizada dentro de um referencial teórico e em conjunto com outras intervenções psicológicas. Vamos saber mais sobre esse método a seguir.
Como surgiu a hipnose?
A hipnose tem sido praticada há séculos e uma das primeiras pessoas, e possivelmente a mais famosa, a estudar a experiência hipnótica foi Anton Mesmer. Ele trabalhou na França no final dos anos 1700 e acreditava que os transes e seus efeitos eram causados pelo magnetismo animal que a pessoa gerava ao induzir o transe.
Em 1784, todos os principais cientistas e sociedades médicas francesas (incluindo uma comissão chefiada por Benjamin Franklin) desacreditaram Mesmer, que não encontrou base para sua teoria.
No final dos anos 1800, os doutores Charcot e Binet (ambos ensinaram e influenciaram Freud) no famoso Hospital Salpêtriére, em Paris, estudaram a hipnose. Eles decidiram que era resultado de uma doença neurológica, que causava uma dissociação no sujeito.
Contudo, somente em meados do século XX, a hipnose começou a ser estudada cientificamente em universidades como Stanford ou Harvard, e os pesquisadores começaram a se posicionar em diferentes modelos explicativos.
Como funciona essa técnica?
Apesar de o nosso conhecimento sobre hipnose vir, na maioria das vezes, de filmes e programas de televisão, na prática, ocorre um processo diferente. Inclusive, esse processo é chamado de indução.
Portanto, quase nenhum especialista usa aquele relógio de ouro para levar seus pacientes ao estado de transe, em vez disso, o hipnotizador apenas fala com você.
No antigo estilo de indução, você fecha os olhos e se concentra no som da voz do profissional. O hipnotizador irá lentamente e repetidamente sugerir que você relaxe e durma. Por fim, ele entra em um estado em que ignora quaisquer pensamentos ou ideias diferentes do que o hipnotizador lhe sugeriu.
Uma abordagem mais contemporânea envolve um estilo mais colaborativo e permissivo que o capacita a participar ativamente na obtenção do estado hipnótico. Por exemplo, o hipnotizador pode contar histórias metafóricas, destinadas a evocar memórias, ideias e sentimentos.
Sua mente consciente escuta o significado superficial das histórias, enquanto a mente inconsciente escuta as sugestões e significados mais profundos, onde ocorre grande parte do efeito hipnótico.
Quais os riscos e benefícios da hipnose?
Na verdade, não há nenhum risco de se submeter a esse procedimento. Ao contrário dos mitos disseminados, o hipnotizador não tem controle sobre o paciente, muito menos o paciente esquece o que ocorreu na sessão.
Por outro lado, a hipnose pode ser bem-sucedida no tratamento de uma ampla variedade de problemas, incluindo:
- Transtornos de ansiedade, estresse e preocupação;
- Problemas de controle de hábitos;
- Medos e fobias;
- Insônia;
- Trauma emocional;
- Problemas de memória;
- Dificuldades interpessoais e dificuldades de relacionamento;
- Dor física;
- Doenças crônicas.
Por fim, apesar de não ter riscos no procedimento, a Associação Brasileira de Hipnose afirma que é importante fazê-lo somente com especialistas qualificados.