Dois planetas ‘super-Terra’, que poderiam abrigar as condições necessárias para a vida, foram descobertos orbitando uma estrela a 100 anos-luz de nós. A estrela, LP 890-9, hospeda dois exoplanetas chamados LP 890-9b e LP 890-9c, o primeiro dos quais foi captado pela primeira vez pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA.
LP 890-9 é uma anã vermelha fria. Seu raio é 6,5 vezes menor que o raio do Sol, e a temperatura da superfície é de apenas 2600°C.
Durante as observações da estrela, o telescópio espacial TESS detectou diminuições periódicas em seu brilho correspondentes aos trânsitos de um corpo que a orbita com um período de 2,7 dias.
Para confirmar a descoberta, uma equipe internacional de astrônomos usou o complexo SPECULOOS. Consiste em quatro telescópios automatizados localizados no topo da montanha chilena Cerro Paranal.
SPECULOOS conseguiu não só confirmar a existência do corpo encontrado pelo TESS, mas também descobrir um segundo exoplaneta.
Super-Terra na zona habitável
O primeiro exoplaneta, designado LP 890-9b, é uma super-Terra. Seu raio excede o raio do nosso planeta em 30%, e sua órbita passa a uma distância de apenas 2,8 milhões de km da anã vermelha. Segundo os cientistas, recebe 4,1 vezes mais calor e luz de sua estrela do que a Terra.
O segundo exoplaneta (LP 890-9c) também é uma super-Terra. Seu raio é 40% maior que o raio da Terra, e sua órbita passa a uma distância de 6 milhões de km da estrela.
Segundo os astrônomos, seu hemisfério diurno recebe cerca de 90% do calor e da luz que nosso planeta recebe. Isso significa que, se houver uma atmosfera adequada, a água líquida pode existir na superfície.
Para testar essa suposição, no futuro, os astrônomos esperam usar o Observatório Espacial James Webb para estudar esse sistema. Se o LP 890-9c tiver atmosfera, o telescópio poderá encontrar vestígios dela e também tentar determinar sua composição química.