Ter boas noites de sono é fundamental para que o corpo descanse, se recupere e produza determinados hormônios, só para citar alguns exemplos das funções do sono.
De maneira geral, a recomendação médica é a de que cada pessoa durma, em média, entre seis e oito horas por dia, mas você já deve ter notado que algumas pessoas simplesmente têm uma necessidade menor de descanso. Por que será que isso acontece?
Um estudo publicado a respeito desse tema sugere que uma mutação genética pode ser a responsável por essa diferença quando o assunto é necessidade fisiológica de descanso. Os pesquisadores, da Universidade da Califórnia, nos EUA, conseguiram encontrar uma mutação genética presente em dois indivíduos da mesma família, que tiveram seus hábitos de sono analisados.
Ao identificarem essa característica genética, os pesquisadores conseguiram replicar as informações em alguns camundongos. Os animais, com o tempo, começaram a apresentar uma necessidade menor de dormir e, além disso, tiveram evoluções em termos de memória.
Para melhorar, a intervenção não provocou grandes efeitos colaterais negativos nas cobaias.
E agora, o que muda?
Infelizmente, ainda não existe algum tipo de “pílula mágica” que seja capaz de mudar nossas informações genéticas e, assim, nos ajudar a precisar de menos tempo de descanso.
De qualquer forma, é muito interessante que a Ciência estude a relação entre nossos genes e a necessidade que cada indivíduo tem de dormir.
Conforme as explicações dadas por Patrick Fuller, professor de neurologia da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, esses estudos podem resultar em implicações terapêuticas importantes.
O especialista também afirmou que, para a Neurociência, desvendar todas as explicações por trás dos nossos hábitos relacionados ao sono é importante, já que algumas perguntas sobre o tema ainda não têm respostas.
É preciso termos em mente que, mesmo que houvesse um remédio capaz de reduzir nossa necessidade de dormir, é muito provável que isso pudesse trazer algumas consequências físicas, sociais e psicológicas.
Por enquanto, é preciso respeitarmos as necessidades do nosso corpo, afinal dormir bem está relacionado com a prevenção de algumas doenças degenerativas, como o Alzheimer.
Mais detalhes sobre o estudo
Os dois participantes do estudo (pai e filho) são pessoas que se contentam com quatro a seis horas de sono por dia. Os pesquisadores descobriram também que essas pessoas com a mutação genética tendem a ser mais otimistas, mais capacitadas para realizar multitarefas e, inclusive, ter mais disposição do que a população comum.
Quem tem uma necessidade maior de sono e dorme menos acaba sentindo alguns sintomas desagradáveis, como cansaço, dificuldade de concentração e irritabilidade.
Por enquanto, graças ao estudo, sabemos que o gene do receptor 1 do neuropeptídeo S (NPSR1) tem um papel fundamental na regulação da nossa sensação de sono. O que isso muda na prática? Não muita coisa. Pelo menos por enquanto.