A Páscoa é uma das festas mais tradicionais do calendário religioso cristão. Nessa festividade, é relembrada a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, mártir da religião. No entanto, o que muita gente não sabe, é a Páscoa já existia desde a Antiguidade, embora com outro significado.
A palavra Páscoa em português deriva do termo em hebraico “Pessach”, que significa passagem. A data do feriado religioso muda a cada ano, mas acontece sempre em um domingo. Confira a seguir a origem dessa comemoração internacional.
Origem da Páscoa
A origem da comemoração religiosa é bastante antiga. Inclusive, é mais antiga para os judeus do que para os cristãos. Para os judeus, a Páscoa começa a ser celebrada a partir da libertação dos israelitas da escravidão dos egípcios.
Embora não seja possível precisar a data em que esse fato ocorreu, por falta de registros arqueológicos suficientes, sabe-se que o período da escravidão dos israelitas ocorreu próximo ao século 13 antes de Cristo, durante o reinado do faraó Ramsés 2º (1279 a 1213 a.C.)
Na Bíblia, no livro do Êxodo (do Antigo Testamento), atribuído a Moisés, há relatos do período da escravidão dos hebreus, a saída do povo do Egito e a peregrinação com destino a Canaã, a chamada Terra Prometida.
Moisés e Jesus não viveram na mesma época, estima-se que entre eles há uma separação temporal de 1.200 a 1.500 anos. No entanto, há semelhanças na história dos dois povos.
Na época de Moisés, por exemplo, os judeus sofreram nas mãos dos egípcios, como narrado acima. Já nos tempos de Jesus, o Império Romano é quem era o perseguidor, e, inclusive, tinha o apoio de alguns grupos de judeus.
Como Jesus era contra a dominação política imperial romana, fazendo, inclusive, críticas ao Império Romano, ele passou a ser visto como uma ameaça e, por isso, começou a ser perseguido.
Jesus foi condenado à morte, que ocorreu em uma sexta-feira, conhecida hoje como a Sexta-Feira da Paixão ou Sexta-Feira Santa. Antes de morrer, em uma quinta-feira, ele participou da Última Ceia, ou seja, da celebração da Páscoa judaica. No domingo, Jesus ressuscitaria.
Esses dias fazem parte hoje da chamada Semana Santa, que é formada pela Última Ceia (quinta-feira), a crucificação e morte de Jesus (sexta-feira) e a ressureição de Jesus (domingo).
Como já dito, não há uma data fixa no calendário para celebrar a Páscoa, mas ela acontece normalmente entre o período de 22 de março e 25 de abril.
E o fato de não ter uma data fixa se originou a partir de uma determinação da Igreja Católica, durante o Concílio de Niceia, organizado em 325 d.C. Ali foi estipulado que a Páscoa ocorreria no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio de primavera, tendo como base o hemisfério norte.
Elementos pagãos na Páscoa
Além dos elementos judaicos e cristãos, a Páscoa tal como o mundo celebra hoje, é formada também por elementos pagãos. A incorporação desses elementos ocorreu a partir da cristianização dos povos germânicos na Europa, que levou o cristianismo a se apropriar de uma série de traços das culturas desses povos.
Em relação à Páscoa, há historiadores que veem uma conexão entre essa comemoração no norte da Europa e o culto a uma deusa germânica chamada Eostern, também conhecida como Ostara.
Acredita-se que os termos em alemão e inglês para Páscoa têm origem nesse culto. Em alemão, o termo para Páscoa é Ostern – muito semelhante a Ostara. Já em inglês, o termo para Páscoa é Estern – similar a Eostern.
Há relatos de historiadores que afirmam que durante o equinócio da primavera, ou seja, próximo aos dias em que é comemorado a Páscoa pelos cristãos, os povos germânicos faziam festividades em homenagem à deusa Eostern, fato que levou a existir um paralelo entre essas duas celebrações.
Outros elementos pagãos incorporados pela Páscoa são o coelho e os ovos. Acredita-se que os coelhos e ovos eram símbolos tradicionais que representavam a fertilidade para diferentes povos e, à medida que esses povos foram se convertendo ao cristianismo, esses símbolos foram sendo incorporados à celebração cristã.