Quando você faz uma viagem de avião pela primeira vez, talvez se decepcione com a comida que é servida durante o voo. Isso porque, qualquer que seja a refeição servida, o passageiro, ao ingeri-la, não a achará muito saborosa. E a culpa não é da companhia aérea, tampouco do cozinheiro. É que, a 30 mil pés, qualquer comida consumida vai parecer insossa.
A explicação está na ciência. Ao estudar o assunto, o instituto alemão Fraunhofer, experimentou os mesmos alimentos em diversas condições, tais como ao ar livre, ao nível do mar e em condições de uma cabine pressurizada, tendo essa, por óbvio, as mesmas condições do ambiente de uma aeronave.
Ao fazer isso, o instituto pôde verificar que a diferença no sabor dos alimentos era bastante perceptível. E essa diferença de sabor ocorre porque, em alta altitude, a capacidade de sentir sabores salgados e doces cai 30%.
Mas, curiosamente, o sabor azedo, amargo e picante é percebido normalmente, seja qual for a condição do ambiente.
Além disso, o instituto Fraunhofer constatou ainda que, pelo fato de a cabine pressurizada reduzir a umidade do ar a 12%, clima mais seco que o de muitos desertos, ela enfraquece sensores do olfato que são essenciais para sentir sabores.
A notícia ruim é que não há solução para as comidas insossas servidas no avião. A não ser oferecer alimentos que precisem mais de pimenta do que de sal para ficarem saborosas.
Não bastasse a influência da ciência, ainda tem o fato do trajeto da comida da cozinha até o avião, que pode levar algumas horas, não ajudando muito a manter o sabor.
O alimento servido em voos precisa ser cozido em terra firme, para depois ser empacotado, refrigerado, transportado de caminhão até o local do embarque, reaquecido e enfim servido.
Vale notar que mesmo que as companhias aéreas consigam aperfeiçoar todo esse processo, a refeição feita nas alturas será sempre menos saborosa.