Não há unanimidade histórica sobre como surgiu e se consolidou a Quaresma na comunidade cristã, porém é reconhecido seu estabelecimento em 325 d.C., durante o Primeiro Concílio de Niceia, que reuniu as principais autoridades da Igreja da época no território da atual Turquia.
O evento, registrado em grego, citava o termo “tessarakonta” (em português, “quarenta”) para padronizar a celebração da Páscoa, a festa mais popular do cristianismo, que comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Com o tempo, a celebração foi adquirindo significados e símbolos em referência à história de Cristo.
A Quaresma faz referência aos 40 dias que Jesus jejuou no deserto, antes de sua crucificação. Na Bíblia, o número 40 carrega uma mística, sendo citado em vários episódios, como os 40 dias do dilúvio, os 40 dias em que Moisés e Elias passaram nas montanhas, e a peregrinação do povo judeu pelo deserto, que também durou 40 dias.
Na tradição cristã, a Quaresma funciona como uma peregrinação espiritual e física. Este é um momento voltado para a conversão, arrependimento dos pecados e penitência.
Com objetivo de alcançar a santidade, fugir do mal e se aproximar do bem, os fiéis católicos das Igrejas Ortodoxa, Anglicana e Luterana realizam jejuns, abdicam de alimentos e prazeres, oram, fazem peregrinações, etc.
Outra curiosidade sobre esse período é que, em referência às dores e à penitência que marcaram a história de Cristo, as igrejas católicas são decoradas com tecidos roxos.
A Quaresma se inicia com a Quarta-Feira de Cinzas (neste ano: 2 de março) e é finalizada no Domingo de Ramos (em 2022: 10 de abril). Entretanto, existem aqueles que defendem a data com duração de 46 dias. Nesse caso, ela se estenderia até o Sábado de Aleluia (neste ano: 16 de abril).
Há ainda defensores de outra duração, como o papa Paulo VI, que entendia a duração de 44 dias, encerrando a celebração na Quinta-Feira Santa (em 2022: 14 de abril).