A ciência vive trazendo surpresas para todos. Pouca gente imaginava que algo aparentemente tão simples quanto um tomate poderia ter 31.760 genes — para se ter uma noção da complexidade, são cerca de 7 mil a mais que o código genético humano.
Esse intrincado quebra-cabeça foi desvendado por um grupo de cientistas de 14 países. O grupo se dedicou ao tomate ao longo de nove anos e não foi apenas por diversão: a intenção da equipe era poder auxiliar no desenvolvimento de variedades com melhores características comerciais (como cor e corpulência) e agrícolas (tornando o vegetal mais resistente às pragas, por exemplo).
A pesquisa foi publicada na respeitada revista Nature e realizou o sequenciamento das variedades Heinz 1706 e a Solanum pimpinellifolium. A primeira é muito utilizada na produção de ketchup e a segunda é a sua parente selvagem mais próxima e nativa dos Andes peruanos (local de origem dos tomates de todo o mundo).
Toda essa diversidade genética pode ser uma das razões para que exista tantos tipos de tomates, inclusive com diferença de tamanho considerável dentro da mesma variedade, quando comparamos um indivíduo com outro.
Fruta ou legume?
Como você percebeu no texto, o tomate é uma fruta, mesmo que muita gente o considere um legume, como a batata.
O curioso é que essas duas plantas são realmente muito parecidas e compartilham 92% do código genético. A grande diferença é que a genética da batata direciona a energia da planta para o desenvolvimento dos tubérculos, enquanto que no tomateiro o fluxo de energia favorece a criação de frutos.
Agora que você já descobriu de onde vieram os tomates e como eles são complexos, na próxima vez que fizer uma salada, vai poder pensar em como aquela deliciosa bola vermelha está cheia de mistérios e surpresas.