Quando o assunto é criação respeitosa, fala-se bastante sobre a importância de respeitar as crianças como seres humanos em desenvolvimento e que ainda não têm noções estabelecidas de hierarquia, horários, responsabilidades e outros fatores importantes para a boa convivência em sociedade.
Se antigamente era comum educarmos os pequenos à base das palmadas e outras punições físicas, hoje as recomendações são totalmente diferentes. Com o avanço dos estudos a respeito do comportamento humano e da formação cerebral durante a infância, já se sabe que crianças que apanham podem ser prejudicadas também de forma psicológica, e não apenas física.
Prejuízo psíquico
Um estudo feito pela Child Development, e divulgado em 2021, mostra que as palmadas afetam o desenvolvimento cerebral dos pequenos.
“Os estudos anteriores [sobre palmadas] olham para diferentes avaliações educacionais ou registros do comportamento, mas sem medir o desenvolvimento cerebral e biológico das crianças”, explicou um dos responsáveis pela pesquisa, Jorge Cuartas, em entrevista concedida à Folha de São Paulo.
Os levantamentos da nova pesquisa mostraram que as palmadas têm efeitos psíquicos semelhantes aos provocados por violências mais graves e abusos sexuais. No longo prazo, os traumas provocados pelas palmadas podem resultar em comportamentos agressivos, reatividade emocional acima da média, dificuldade em controlar emoções e riscos elevados de desenvolver psicopatologias.
Crianças que crescem em lares acolhedores, que têm suas necessidades respeitadas, que brincam e exercem a criatividade, são mais saudáveis e tendem a se tornar adultos com boa inteligência emocional.
Em vez de bater ou castigar seu filho, tente conversar, escute as queixas do pequeno, coloque-se em seu lugar, estimule a criatividade e lembre-se de que crianças não têm a mesma visão dos adultos quando falamos em responsabilidades, organização, criação de rotina, etc.
Vale lembrar que, no Brasil, a Lei da Palmada está em vigor desde 2014, criminalizando qualquer ato de violência contra a criança, mesmo que a intenção seja a de “educar”.