Nós aprendemos, ainda no período colegial, que a Terra se divide em cinco partes, que são a atmosfera, crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno. É justamente essas duas últimas partes que formam o núcleo que os cientistas têm estudado. Inclusive, chegou-se à hipótese de que o interior da Terra está esfriando mais rápido que o normal.
Para chegar a essa tese, a equipe de cientistas envolvida na pesquisa teve que recriar a mesma temperatura entre a parte mais profunda do manto e o exterior mais viscoso do núcleo. Ainda não possuímos tecnologia necessária para chegar às partes mais profundas da Terra, mas a Instituição de Carnegie pelas Ciências, em Washington, realizou uma pesquisa liderada pelo professor Motohiko Murakami.
O estudo recria as mesmas condições por intermédio de um sistema de medição de absorção óptica em um diamante aquecido através de laser pulsante direcionado. Com isso, a equipe desenvolveu dados sobre a capacidade de condução térmica da chamada bridgmanita, concluindo que ela é 1,5 vez maior que eles haviam estimado.
Com esses dados, a equipe entende que o fluxo térmico próximo ao centro da Terra é bem maior que as estimativas anteriores. Os estudos demonstram que o fluxo térmico maior provoca o aceleramento do processo de convecção mantélica. Em termos mais didáticos, esse processo consiste no movimento em que arrasta o manto vindo de correntes que transportam o calor do interior da Terra para a sua superfície.
É neste contexto que ocorre o processo de esfriamento da Terra. De acordo com os cientistas envolvidos na pesquisa, esse resfriamento traz impactos diretos, como nos movimentos das placas tectônicas, que podem desacelerar. Esta dinâmica da desaceleração das placas já era algo previsto, porém, não com a rapidez com que os estudos apontaram.