Nesta quarta-feira (21/10), estreou o documentário “Francesco”, filme que narra a história do atual Sumo Pontífice da Igreja Católica, o Papa Francisco. Um dos pontos que chamaram mais atenção no lançamento, que ocorreu no Festival de Cinema de Roma, foi uma fala em que o Papa declara apoio à união homoafetiva.
É a primeira vez que o Papa Francisco faz uma declaração como esta. “Os homossexuais têm o direito de ter uma família, eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser descartado ou se sentir infeliz por isso, o que temos que fazer é criar uma lei da união civil. Dessa forma, eles são legalmente cobertos, eu defendi isso”, afirmou o Pontífice em entrevista dada ao documentário.
Papa declara apoio à união homoafetiva, não ao casamento homoafetivo
Apesar de ter sido a primeira declaração a favor da união entre pessoas do mesmo gênero como Papa, Francisco já tinha um discurso contra a discriminação na época que era arcebispo de Buenos Aires, mas sempre fala em união e não em casamento.
Ao longo de sua trajetória, Francisco sempre apoiou as uniões civis para casais homoafetivos como uma opção ao casamento homoafetivo. Em 2010, ele se pronunciou publicamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em Direito de Família, o casamento é colocado como um ato mais formal em oposto à união estável, que não altera o estado civil do casal que a tem. A união estável pode ser pedida no Brasil em Cartórios de Tabelionato de Notas. Mas desde 2013 é permitido no país que os casais homoafetivos se casem. A união civil é permitida desde maio de 2011.
Francesco
Dirigido por Oscar Evgeny Afineevsky, documentarista que já foi indicado ao Oscar em 2016, “Francesco” gira em torno das questões que mais causam preocupação no Papa Francisco. O meio ambiente, a má distribuição de renda no mundo, as migrações e as desigualdades tanto raciais como de riquezas são algumas dessas questões.
Com duas horas de duração, o documentarista acompanhou o Papa Francisco em seus últimos sete anos na função de Sumo Pontífice da Igreja Católica. Em determinada parte do longa, Francisco liga para um casal homoafetivo que o enviou uma carta dizendo ter vergonha de levarem seus filhos à Igreja. Na ligação, o Papa os encoraja a ir mesmo com o julgamento de outras pessoas.
O documentário “Francesco” já recebeu o Prêmio Kineo da Humanidade, por abordar as causas humanitárias e sociais. Além da indicação ao Oscar em 2016, Evgeny Afineevsky foi indicado 3 vezes ao Emmy por outro documentário o “Cries from Syria”, que discute a crise humanitária e a Guerra da Síria através de entrevistas com personalidades relevantes do país.