Com o objetivo de evitar fraudes e reforçar medidas de segurança, o Banco Central (BC) formalizará novas regras para transações via Pix a partir de novembro deste ano, incluindo limites específicos para celulares ou computadores sem cadastro nos bancos.
As exigências foram alinhadas com especialistas do mercado financeiro, no sentido de atender a solicitações internas e externas para aperfeiçoar o sistema de transferência que se tornou febre no país inteiro ao longo dos últimos anos.
Vale salientar que os golpes relacionados ao Pix cresceram e tendem a piorar nos próximos meses. Conforme relatório desenvolvido pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData, o total de perdas pode ultrapassar R$ 3,7 bilhões até 2027.
O principal dos crimes está relacionado com a coação de vítimas para efetuarem uma ou mais transferências para determinadas contas de destino, que são controladas pelos fraudadores e golpistas. O dinheiro passa por uma ou várias “contas-mula”.
Novas regras do Pix em novembro
O Banco Central informou que, a partir de novembro, transferências por Pix com valor acima de R$ 200,00 só poderão ser realizadas a partir de um telefone ou computador que esteja cadastrado pelo próprio cliente na respectiva instituição financeira.
No entanto, é importante salientar que a medida só vale para os aparelhos que nunca tenham sido usados para efetuar as transferências na modalidade. Inclusive, o limite de Pix para dispositivos não cadastrados será equivalente a R$ 1.000,00 por dia.
As normativas não serão alteradas no caso de celulares e computadores que já estavam regularizados para efetuar as transferências. Além das mudanças voltadas aos usuários, o BC também anunciou medidas direcionadas aos bancos.
Será necessário adotar tecnologias mais apuradas de segurança para controlar o fluxo de transferência de maneira mais assertiva, especialmente no gerenciamente de golpes ou fraudes. Dessa maneira, os sistemas deverão personalizar o acompanhamento.
Como assim? As instituições devem ser capazes de identificar transações incompatíveis com o comportamento de cada cliente, considerando os dados voltados à segurança que ficam armazenados no próprio Banco Central.
Medidas para instituições financeiras
Novas medidas também devem ser adotadas pelas instituições financeiras, conforme anunciou o Banco Central. Será importante criar soluções cabíveis e mais aperfeiçoadas para o gerencimento do que é conhecido como “risco de fraude” ou golpe.
Além de melhorar o sistema de segurança para identificar comportamentos atípicos dos clientes, os bancos também devem assegurar o acesso a orientações sobre como evitar crimes cibernéticos relacionados às transferências por meio de Pix.
As informações precisam ser concedidas em canal eletrônico de fácil acesso. O BC também solicitou que ocorra a verificação da base de dados, no sentido de identificar se possuem marcações de fraudes na base de dados do Banco Central.
Isso deve ser feito uma vez a cada seis meses, pelo menos. Assim sendo, os bancos serão capazes de adotar medidas cautelares, como uso limitado de tempo para autorizar transações ou até mesmo o bloqueio para o recebimento de transferências.