Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% da população brasileira está endividada. Desses, quase 70 milhões de indivíduos estão negativados, o que traz uma série de consequências além da dificuldade de conseguir crédito. Porém, muitos não sabem como chegaram a esse cenário e nem mesmo o que realmente acontece com quem fica com o nome sujo.
O que é ter o nome sujo?
Basicamente, ter o “nome sujo” significa que alguém possui uma pendência financeira com uma instituição financeira, o que resulta em sua inclusão numa lista de restrição de crédito. Chamado de cadastro de inadimplentes, empresas como a Serasa coletam essas informações e as disponibilizam para outras organizações privadas e bancos.
Dessa forma, elas podem se proteger das inadimplências desses indivíduos endividados, evitando a concessão de empréstimos, financiamentos e cartões de crédito.
Inclusive, esse é um processo que pode demorar para acontecer, visto que as empresas sempre tentam negociar essas dívidas antes de incluir um cliente na lista de negativados.
Quais as consequências de ser negativado?
Para começar, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos brasileiros incluídos nesse sistema é a de ter crédito aprovado em instituições financeiras. Com isso, adquirir alguns bens por meio de financiamentos, como carros e imóveis pode ser muito mais complicado, pois os vendedores acabam se prevenindo da possibilidade de um calote.
Nesse mesmo sentido, acesso a cartão de crédito acaba sendo extremamente limitado, mesmo que seja comprovada uma renda significativa. Ademais, outro problema a ser considerado é que até mesmo o passaporte pode ser bloqueado, o que impossibilita viagens internacionais para países que exigem esse documento.
Outros serviços e compras mais supérfluas, como serviços de canais a cabo e de telefonia também podem ser negados, então é sempre importante manter as pendências em dia. Por esse motivo, o Governo Federal lançou o Desenrola, um programa que irá perdoar as dívidas bancárias de até R$ 100 com bancos s instituições financeiras.
Já outros valores poderão ser renegociados diretamente com essas organizações, contanto que o brasileiro tenha uma dívida entre 2 salário-mínimo e R$ 20 mil.