Com a aprovação da PEC Kamikaze, houve a ampliação do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600 mensais. De acordo com o texto, o aumento de R$ 200 nas parcelas do benefício é temporário, já que abarca somente o período de 1º de agosto a 31 de dezembro de 2022. No entanto, há a discussão acerca da permanência do valor de R$ 600 do Auxílio Brasil para o ano de 2023.
A discussão não surgiu à toa, já que os candidatos à presidência da República – e líderes nas pesquisas eleitorais – Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmaram que há o intuito de manter o valor ampliado do benefício no ano que vem.
Durante a convenção do seu partido, onde oficializou a sua candidatura à reeleição, Jair Bolsonaro afirmou que manterá o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, caso seja reeleito. A decisão veio após uma conversa entre o presidente e Paulo Guedes, ministro da Economia.
Antes disso, porém, o ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto, Lula, já havia afirmado em entrevista ao jornal Correio Braziliense, publicada no início de julho, que pretende tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600, caso seja eleito.
É possível manter o Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023?
Um dia após o presidente Bolsonaro confirmar o valor ampliado do auxílio em 2023, o secretário Especial do Tesouro e do Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, informou que o governo deve definir o valor de R$ 400 para o benefício no Orçamento de 2023.
Segundo o secretário, o valor do auxílio teria que se adequar ao teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação e obriga o corte de gastos.
De acordo com ele, as despesas discricionárias, ou seja, as não obrigatórias, estão em torno de R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões ao ano. Para ter o aumento do benefício no ano que vem, seria preciso cortar essas despesas, reduzindo-as para R$ 70 bilhões. Assim, conforme Colnago, manter o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil para 2023 “é um desafio considerável”.