O salário mínimo terá um novo valor em 2022. Devido à alta da inflação nos últimos meses, a previsão é que o mínimo seja reajustado em R$ 1.210,44, valor que é superior aos R$ 1.169 estimados pelo governo federal na proposta de orçamento do ano que vem, divulgada em agosto deste ano.
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O novo valor previsto é consequência da alta na projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano, que subiu de 8,4% para 10,04%, conforme divulgado pela equipe econômica do governo federal no mês de novembro.
O INPC é utilizado pelo governo como base para a correção do salário mínimo e dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou seja, do piso nacional. A alta na sua projeção é devido à elevação nos preços do combustível, dos alimentos e da energia elétrica.
Caso a previsão do INPC se confirme e não haja mudança nos cálculos, a expectativa é que o valor de R$ 1.210,44 do salário mínimo para 2022 seja confirmado, o que representa um aumento de R$ 110,44 em relação ao mínimo vigente.
Esse valor, por sua vez, também representa o reajuste mais alto na remuneração dos trabalhadores brasileiros formais dos últimos seis anos, ou seja, em 2016, quando o salário mínimo sofreu um reajuste de 11,6%.
Mas, apesar disso, o valor previsto para o piso nacional não garantirá uma reposição do poder de compra dos brasileiros, isto é, não garantirá um ganho real. Essa situação já vem se repetindo ao longo dos dois últimos anos.
O reajuste oficial do salário mínimo só será divulgado pelo governo federal em janeiro de 2022, quando o INPC definitivo, resultante da inflação medida no acumulado de janeiro a dezembro de 2021, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Impacto do reajuste no salário mínimo
O salário mínimo é a base da remuneração de 50 milhões de trabalhadores e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de acordo com estimativas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Cada real acrescido no valor do mínimo causa uma despesa de R$ 350 milhões nos cofres públicos. Assim, um aumento de mais de R$ 100, como está previsto para 2022, custará ao governo federal pelo menos R$ 35,5 bilhões de despesa.