De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo tem instrumentos para atenuar o fim do auxílio emergencial em 2021. Uma das alternativas seria antecipar benefícios e adiar impostos no ano que vem.
Essa fala do ministro foi durante audiência na Comissão Mista do Congresso Nacional:
“Não descartamos usar ferramentas dentro do teto (a regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação). Temos a capacidade de antecipar benefícios, diferir arrecadação de impostos (adiar o pagamento dos tributos). Já fizemos isso neste ano. Esses instrumentos vão permitir fazer aterrissagem em 2021”, afirmou o ministro.
Benefícios podem ser antecipados e impostos adiados em 2021
Entre as medidas adotadas pelo governo neste ano, em razão da pandemia do novo coronavírus, e na tentativa de diminuir o impacto negativo na economia, estavam o adiamento do pagamento de tributos (inclusive o Simples Nacional) e a antecipação de benefícios, como o 13º de aposentados e pensionistas do INSS.
Conforme portaria do Ministério da Cidadania, publicada hoje (11 de dezembro de 2020), o calendário para saques do auxílio emergencial prevê pagamentos até o dia 27 de janeiro de 2021.
Além disso, Guedes lembrou que, apesar da execução orçamentária do auxílio emergencial acabar em dezembro de 2020, o cronograma de pagamentos pela Caixa e o Ministério da Cidadania deve avançar um mês e meio ou dois meses em 2021. “Ainda haverá uma cobertura do auxílio em janeiro e metade de fevereiro”, completou.
O ministro revelou otimismo para 2021, mesmo com o fim do auxílio emergencial, ao mesmo tempo em que cobrou do Congresso a aprovação de reformas. “Só as reformas vão transformar recuperação baseada em consumo em crescimento com investimento”, enfatizou.
Fim do Auxílio Emergencial
Os brasileiros economicamente vulneráveis já estão preocupados com suas perspectivas para o inicio de 2021. É que com o fim do auxílio emergencial de R$ 300 e sem Renda Cidadã, os impactos da pandemia deverão ser sentidos com ainda mais intensidade.
Apesar disso, o ministro da Economia já havia afirmado que não existe possibilidade de uma nova prorrogação do auxílio emergencial, mas prevê brecha no orçamento se ocorrer uma segunda onda de COVID-19 no país.
“Se a COVID voltar em 2021, é diferente. Mas é totalmente indesculpável usar uma doença para pedir estímulo artificial. Isso é uma fraude, é falso, é indesculpável, é má política. É comprometer a futura geração por um ato covarde”, disse Paulo Guedes em ocasiões anteriores.