Uma proposta feita por grandes empresários brasileiros tem como objetivo dobrar valor do Bolsa Família. No caso, o manifesto do Movimento Convergência Brasil quer que o orçamento do programa seja ampliado, se tornando uma espécie de renda básica.
Bolsa Família pago em dobro: de onde viria o dinheiro?
De acordo com o Movimento Convergência Brasil, os recursos obtidos por causa da reforma administrativa e também das privatizações de estatais deveriam ser destinados a um programa de transferência de renda.
No texto original, os empresários chegam a falar do Renda Brasil, programa que seria o substituto do Bolsa Família, mas que foi cancelado pelo governo federal. O cálculo teria sido feito com base no que o governo espera gerar com a reforma e as privatizações. Cada um geraria cerca de 400 bilhões em dez anos. O programa ficaria com cerca de R$ 240 bilhões do total.
Como o Bolsa Família possui um orçamento de quase R$ 35 bilhões para 2021, o seu valor seria quase duplicado se a proposta render frutos. O dinheiro seria colocado em um fundo, sendo administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Movimento se diz apartidário
O movimento dos empresários que desejam dobrar o valor do Bolsa Família se disse apartidário e quer agregar o maior número de pessoas. A ideia foi reforçada por Elvaristo do Amaral, um ex-executivo do setor financeiro que já trabalhou em grandes empresas como o Citibank.
“Vamos atrair atores políticos de espectros diferentes para apoiar a desestatização e a própria reforma do Estado. Andando pelo centro, pois somos um grupo de pessoas independentes, apartidárias, vamos atrair pessoas de bom senso que andam pela esquerda ou pela direita. É um facilitador da aprovação das reformas de Estados e do processo de privatização, que está bastante parado”, disse à Folha de S. Paulo.
Quem faz parte do grupo
O grupo que enviou a proposta para garantir o Bolsa Família pago em dobro é composto por diversos empresários e executivos, sendo que entre eles estão:
- Elvaristo do Amaral (ex-executivo do setor financeiro);
- Frederico e Luiza Trajano (Magazine Luiza);
- Fabio C. Barbosa (Conselho da Fundação das Nações Unidas);
- Helena Nader (presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência);
- Hélio Magalhães (presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil);
- Helio Mattar (diretor-presidente do Instituto Akatu).