Neste domingo (29/11), o presidente Jair Bolsonaro reafirmou a confiança em Paulo Guedes, Ministro da Economia. Ele disse que os assuntos econômicos estariam nas mãos de Guedes, mas que ao mesmo tempo, disse que só vai dar autorização para “privatizar o essencial, o necessário”.
“Olha só, Paulo Guedes é 98% da economia, eu sou 2%. Era 1% passei para 2%, estou começando a entender. É igual você saltar de paraquedas, o cara que inspeciona atrás, tem que ter confiança nele. Se não tiver confiança, você não salta. A economia está na mão dele, ele que decide, como a (ministra) Tereza Cristina decide a questão da pecuária e da agricultura. É assim”, disse o presidente após ter ido votar nas eleições de 2020.
Ele ainda aproveitou para fazer elogios ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “O Paulo Guedes tem suas razões, ele mostra números, não é só ele. O Roberto Campos, do Banco Central, quando faz reuniões conosco é uma coisa excepcional. Eu confesso que entendo uns 20% dos gastos que ele coloca lá, mas não atrapalho em nada. Mas, no todo, os ministros entendem o que está sendo feito”, comentou Bolsonaro.
Sobre as privatizações
O Ministério da Economia, desde o começo do governo Bolsonaro, vem estudando possibilidades de privatização de diversas estatais. Apesar disso, até hoje, somente o projeto de venda da Eletrobras foi entregue ao Congresso, sendo que as discussões só devem ocorrer em 2021.
Outra empresa que está na mira da equipe econômica são os Correios. A estatal possui mais de 96 mil funcionários e está presente em todo o país. Apesar disso, Guedes acredita que sua venda seria benéfica. Todavia, os estudos ainda estão no começo e já se sabe que uma possível privatização geraria uma grande resistência de parlamentares e de parte da população.
Mesmo assim, no mês de setembro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, chegou a dizer que empresas como Magazine Luiza, Amazon, DHL e FedEx estariam interessadas em uma possível compra dos Correios.
No domingo, Bolsonaro falou sobre as ideias de privatização de Guedes. “Não quer dizer que nós vamos tirar da cabeça projetos de privatização, vamos privatizar o essencial, o necessário”, informou ao falar sobre lucros e prejuízos das empresas do Estado. O governo estima que a privatização dos Correios poderia render aproximadamente R$ 15 bilhões aos cofres públicos.