Com o fim do auxílio emergencial, muitas famílias poderão ficar sem qualquer tipo de renda em 2021. Apesar de não pretende renovar os repasses do programa, de acordo com secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, o governo federal possui a intenção de que o Bolsa Família seja ampliado e possa substituir o auxílio.
Conforme estimativas para janeiro do ano que vem, aproximadamente três milhões de famílias precisariam continuar recebendo assistência social.
Bolsa Família ampliado pode substituir auxílio emergencial
Em audiência pública na comissão do Parlamento que fiscaliza as ações do governo no combate à crise gerada pela pandemia, Funchal explicou como o processo de transferência ao Bolsa Família deve ocorrer:
“Em relação à extensão do auxílio, o espaço é muito reduzido, se não zero. Então qual é a alternativa? Se você olha o resultado proporcionado pelo auxílio em 2020 em termos de formação de poupança, você vê que ainda há uma poupança das famílias que foi formada. Então essa poupança pode ajudar no início do ano que vem. Como as famílias mais pobres usaram mais a poupança, provavelmente vão aterrissar no Bolsa Família. Mais famílias devem entrar no Bolsa Família, esta seria a aterrissagem em relação ao auxílio às famílias” explicou.
Além disso, deixou claro que o fim do auxílio emergencial é uma das maiores preocupações dos parlamentares, que vêm cobrando o fato do governo ainda não ter apresentado um plano concreto, a ser acionado a partir de janeiro de 2021, para os cerca de 40 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do auxílio.
Ainda durante a audiência, o secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que “nenhum brasileiro ficará à mercê das mazelas de qualquer crise” caso a pandemia recrudesça em 2021. Isso também já havia sido enfatizado anteriormente por Guedes:
“Qual o plano para o auxílio emergencial? Remoção gradual, e nós voltamos para o Bolsa Família. Esse é o plano A. Existe possibilidade de haver a prorrogação do auxílio emergencial? Se houver uma segunda onda de pandemia, não é possibilidade, é uma certeza, vamos ter que reagir. Mas não é o plano A, não é o que estamos pensando agora”, disse o ministro Paulo Guedes.
Programas sociais
A intenção inicial era de criar uma espécie de substituto para o Bolsa Família, cujos novos repasses contemplariam mais pessoas, o Renda Cidadã. Após uma crise na economia nacional, a estratégia foi perdendo lugar de maneira gradativa por falta de fonte de financiamento.
Com isso, maiores são as expectativas para que haja o Bolsa Família ampliado. Para 2021, o programa possui orçamento previsto de R$ 34,8 bilhões. Esse montante é maior do que o de 2020 (R$ 29,5 bilhões), mas continua sendo insuficiente para atender todas as pessoas economicamente vulneráveis.