Os aposentados e pensionistas beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão reclamando de golpes do consignado (um tipo de empréstimos com desconto em folha de pagamento). A maior parte das reclamações é em torno de empréstimos que não foram contratados por essas pessoas.
Com isso, apesar de não terem solicitado empréstimo, descontos estão aparecendo nos extratos do INSS dos beneficiários.
A reportagem do Jornal Extra entrevistou uma vítima desse golpe, a pensionista Paula de Farias Varanda, de 39 anos. A segurada descobriu que alguém havia feito o empréstimo de R$ 10 mil em seu nome no Ficsa – C6 Bank.
Ao ter ciência da fraude, Paula procurou reaver seus direitos junto ao Banco Central, ao Procon, além de ter registrado a ocorrência nos portais de defesa do consumidor.
Golpe do consignado: aposentados e pensionistas são os alvos comuns
Como o empréstimo consignado é vinculado ao benefício do cliente, os aposentados e pensionistas se tornam um alvo fácil do golpe.
Com objetivo de evitar novas fraudes, as instituições financeiras só poderão fazer empréstimos consignados a novos aposentados e pensionistas após seis meses de concessão do benefício. Caso o beneficiário opte pela contratação antes do período estipulado, ele deve solicitar o desbloqueio junto à instituição financeira.
Se você for vítima de um golpe do consignado, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência (ou TCO) na polícia civil da sua região.
Depois, você deverá reclamar nos seguintes canais:
- Ouvidoria da Previdência Social (INSS) pelo número 135 ou neste link;
- Reclamação ao Banco Central pelo número 145 ou neste link;
- Procon local ou no site.
O que é o empréstimo consignado?
O empréstimo consignado é muito conhecido dos aposentados, pensionistas e funcionários públicos. Assim, o significado de consignado está atrelado à particularidade desse crédito, que é descontado diretamente no contracheque, holerite ou benefício do INSS. Ele é mais comum para funcionários públicos, aposentados e pensionistas porque essas pessoas têm mais confiança no mercado de que vão honrar os pagamentos.
As parcelas são descontadas diretamente do salário ou da aposentadoria. Na prática, significa que uma parte da renda fica comprometida antes mesmo do dinheiro chegar na conta do consumidor.
A atualmente mais de 20% da renda das famílias brasileiras está sendo usada apenas para pagar as parcelas de suas dívidas. Esse dado é do Banco Central e já inclui os juros. O percentual dobrou de tamanho nos últimos dez anos e continua crescendo.