Na última sexta-feira (16/10), o ministro da economia Paulo Guedes afirmou que se não encontrar espaço fiscal para implementação do Renda Cidadã, o Bolsa Família vai continuar.
De acordo com Guedes, o novo programa precisa obedecer a regra do teto de gastos e por isso é um grande desafio implementá-lo. “Se não encontrarmos espaço fiscal para fazer um programa melhor, vamos voltar para o Bolsa Família. É melhor voltar para o Bolsa Família que promover um programa irresponsável”, disse.
A fala foi feito durante pronunciamento em evento da XP Investimentos, Guedes ainda ressaltou que não existe nenhum plano do governo para dar continuidade ao auxílio emergencial depois do dia 31 de dezembro deste ano.
Unificação fica
Já é dos planos de Paulo Guedes e de sua equipe do Ministério da Economia que todos os benefícios concedidos pelo Governo Federal sejam unificados. Ao todo são vinte e sete programas sociais que poderão vir a ser um só. Segundo o ministro, isso daria um impulso financeiro no país cortando os privilégios dos mais ricos e distribuindo aos mais pobres.
O ministro da economia também disse no evento que pretende criar um imposto sobre transações digitais para compensar a desoneração da folha. Ele também afirmou que ainda irá propor a criação da tributação. Em críticas aos planos do ministro, o novo imposto foi comparado a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
“Estamos subsidiando capital e taxando o trabalho, é inaceitável. Então, enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda”, finalizou Guedes que acha que um imposto ruim é melhor que taxas sobre trabalho.
Renda Cidadã
A proposta do Ministério da Economia, apoiada pelo presidente da república Jair Bolsonaro, é que o Renda Cidadã seja essa unificação de benefícios. Além de atuar como o substituto do Bolsa Família, o novo programa seria a causa da extinção de programas como o Farmácia Popular.
Com custo avaliado em 30 milhões, 25 milhões a mais que seu antecessor, o Renda Cidadã não pode romper o limite do teto de gastos do governo e para isso a equipe econômica de Guedes estuda de onde tirar o recurso. Uma das opções era a retirada do desconto de 20% da declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).
O Renda Cidadã também já foi citado por Guedes como uma “continuidade do auxílio emergencial, mas nesta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “Não dá para ficar muito tempo mais com esse auxílio porque realmente esse endividamento é monstruoso, mas o Brasil está saindo da crise”.