Na última quarta-feira (13/05), o governo federal divulgou novas estimativas sobre o Produto Interno Bruto para o ano de 2020. O Ministério da Economia pressupõe uma queda do PIB em 4,7%, tendo em vista o contexto de pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Isso corresponde à quebra de expectativas geradas no ano passado. Afinal, o ano de 2019 fechou com o crescimento em 1,1%.
Os números entram em consonância ao impacto da pandemia na economia brasileiros, bem como nos gastos para manter empregos e as despesas na área da saúde. A primeira revisão de março levou a estimativa para 2,1% e, logo em seguida, com o avanço dos casos de COVID-19, os cálculos penderam para a porcentagem de crescimento em 0,02%.
Agora, em maio, o governo federal prevê queda brusca e a maior retração da história brasileira desde o ano de 1962. A crise atual pode, até mesmo, ultrapassar o cenário de 1990, quando o PIB teve diminuição em 4,35%.
Apesar das estimativas ruins para o ano vigente, o governo federal se mantém esperançoso quanto ao PIB de 2021. É possível, conforme o Ministério da Economia, que ocorra crescimento de 3,2%.
Queda do PIB é reflexo do contexto atual
Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia. De acordo com o relatório de receitas e despesas orçamentárias de 2020, a retração está ligada com a “paralisação das atividades, deterioração do emprego e a piora no cenário internacional” em meio à pandemia.
“Provavelmente, a retração do PIB neste ano será a maior de nossa história. Não obstante, é fato que o efeito dessa doença aflige a grande maioria dos países. Conforme as projeções dos analistas econômicos, a queda na atividade será uma das maiores para muitos países desenvolvidos e emergentes no período pós-guerra”, informa os responsáveis pelo relatório.
Estimativas em números
Conforme informações do governo federal, o PIB terá perda imediata de 20 bilhões para cada semana de isolamento social e interrupção de atividades econômicas. Esses cálculos podem sofrer mudanças ainda mais impactantes para além do dia 31 de maio de 2020.
“Quanto mais tempo permanecermos em regime de isolamento social maior será a perda de arrecadação das empresas e, logo maior o seu endividamento, promovendo um número crescente de falências e destruição de postos de trabalho”, alertou o Ministério da Economia.
Em abril, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) já haviam informado sobre estimativas ruins no cenário brasileiro. As previsões giraram em torno de 5%.