Esta semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN), juntamente com o Banco Central (BC), regulou o open banking no Brasil. Essa medida irá gerar a integração de plataformas e infraestrutura tecnológica das instituições financeiras, de pagamento e outras autorizadas pelo BC. Sendo assim, os clientes poderão autorizar compartilhamento de dados para obter novas soluções de serviços bancários.
“Por exemplo, eu tenho uma conta no banco X e estou no cheque especial. Posso permitir que um terceiro tenha acesso a essas informações da minha conta corrente e no momento que ele identifica que vou entrar no cheque especial, ele me concede um crédito mais barato, cobrindo meu cheque especial naquela instituição financeira”, explica Otávio Damaso, Diretor de Regulação do BC.
Segundo ele, o open banking no Brasil pode ser bastante vantajoso para os clientes. Damaso afirma que essa integração faz parte do processo de digitalização do sistema financeiro. De acordo com o Banco Central, serviços de aconselhamento financeiro e gestão financeira são alguns exemplos de novas ofertas. Bem como iniciar a transação de pagamento de forma mais conveniente para os clientes e num ambiente familiar.
Efetivando o open banking no Brasil
A instalação do open banking no Brasil está prevista para começar em 30 de novembro de 2020 e terminar em outubro de 2021. Para isso, serão realizadas quatro fases:
- Acesso a dados de instituições participantes do open banking sobre canais de atendimento e produtos e serviços relacionados com contas de depósito à vista ou de poupança, contas de pagamento ou operações de crédito pelo público;
- Compartilhamento de informações de cadastro de clientes e de representantes, além de dados de transações dos clientes acerca dos produtos e serviços relacionados na fase 1 entre as instituições financeiras participantes;
- Compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento, do serviço de encaminhamento de proposta de operação crédito entre instituições financeiras participantes e correspondentes no Brasil, eventualmente contratados com esse objetivo;
- Ampliação do escopo de dados (acessíveis ao público e compartilhados entre instituições) para abranger operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta.
“O open banking é uma iniciativa que vem sendo discutida em vários países ao redor do mundo, com escopo e dimensões diferentes. No caso brasileiro, optamos por um modelo o mais abrangente possível. O primeiro objetivo é empoderar o consumidor financeiro, bem na linha de proteção de dados, de que a informação pertence ao consumidor e cabe a ele decidir compartilhar ou não essa informação com terceiros. Esse projeto também facilita o aumento da eficiência no âmbito do sistema financeiro, incentiva a inovação, e naturalmente aumenta a competitividade”, completou Damaso.