Com 1.500 vagas, o concurso Polícia Federal está próximo de lançar o edital. De acordo com as expectativas da corporação, as provas devem acontecer no mês de março. Já o Curso de Formação está previsto para agosto de 2021. As informações foram dadas pela diretora de Gestão de Pessoal da PF, delegada Cecília Silva Franco, em entrevista ao Metrópoles.
A corporação está trabalhando para dar celeridade ao certame. “Fizemos um pedido ao Ministério da Economia solicitando a redução do prazo [de realização das provas] para dois meses após a publicação do edital. Ainda não obtivemos uma resposta formal, mas já sinalizaram de forma positiva para a nossa demanda”, explicou a delegada.
Para que tudo ocorra conforme o calendário, o edital deve sair ainda neste mês de janeiro. Assim, os aprovados no concurso Polícia Federal terão a chance de ingressar na Academia de treinamento em agosto. A previsão é de que as nomeações dos cargos ocorram até o dia 31 de agosto de 2021.
Esta deverá ser a segunda maior seleção realizada pela PF em toda a história. A estimativa é de que a corporação ultrapasse o número de 12 mil policiais contratados, batendo recorde de efetivos.
Mudanças no edital do concurso Polícia Federal
O Cebraspe foi o escolhido para ser responsável por todo o andamento do certame. De acordo com Franco, os interessados em participar do concurso Polícia Federal não devem esperar surpresas. Isso porque, segundo ela, a corporação já chegou num formato de seleção próximo ao ideal.
“O formato e nível que chegamos é o que consideramos adequado para as necessidades da instituição. Com relação à inclusão de inglês no edital, não há qualquer possibilidade de ocorrer. Estamos, inclusive, com um projeto em tramitação para fornecer curso de inglês aos nossos servidores. Com relação à legislação, já está previsto no contrato que é obrigação da banca atualizar o conteúdo, de acordo com a lei vigente”, esclareceu.
Segundo a delegada, adequações no documento são feitas com base nos comentários de novos policiais. “Com o contrato assinado, começamos a trabalhar o edital com a banca organizadora. Esse processo é relativamente simples, porque, à medida que terminamos um edital e os candidatos passam para outras fases do certame, já começamos a trabalhar na seleção seguinte. Conseguimos dizer o que precisa, eventualmente, modificar”, pontuou.
Uma mudança no edital do concurso Polícia Federal, destacada pela diretora, é o número de vagas. Existe a possibilidade de serem abertas oportunidades de carreira administrativa na corporação. Segundo ela, a seleção para agentes administrativos tramita separadamente.
“Temos que atualizar o quantitativo de vagas, que vai aumentar. A cada dia que passa, alguém se aposenta ou sai. Para esse último concurso policial, por exemplo, temos vários servidores administrativos que entraram para a carreira policial. São vários novos códigos de vaga liberadas desde que fizemos o pedido, no ano passado. A intenção é reiterar o pedido até maio”, pontuou.
Quais serão as etapas?
Num geral, todos os inscritos serão submetidos a provas escritas (objetiva e discursiva), teste de aptidão física (TAF), avalição médica e psicológica. Os candidatos a Delegado terão prova oral e prova de títulos. Já os que estiverem pleiteando a função de Escrivão ainda contarão com prova de digitação.
Cecília Franco contou que o objetivo é realizar todas as provas serão realizadas no mesmo dia. Sendo assim, cada candidato só poderá se inscrever para uma única função ofertada pelo concurso Polícia Federal.
“Abrir para mais opções é sempre um prejuízo muito grande – inclusive na formação dos candidatos, há recurso empregado na manutenção de cada um na academia. Como muitas pessoas fazem mais de um curso e precisam, ao final, optar por um cargo, não conseguimos preencher as vagas do concurso. Gera prejuízo tanto para a instituição quanto para outros candidatos”, explicou.
Como serão as etapas durante a pandemia?
Uma das maiores preocupações dos candidatos é a segurança na realização das etapas durante a pandemia. O temor é de que as provas sejam suspensas por causa do coronavírus. No entanto, a diretora acredita que a crise na saúde não será um problema. Ela explicou que a PF é responsável pela fiscalização e segurança durante todo o processo seleção.
“O planejamento de biossegurança é previsto no projeto básico, no contrato. A banca tem de tomar todas as providências, de acordo com a legislação vigente. Isso inclui o número reduzido de alunos em sala de aula (que pode variar em cada estado), o distanciamento social, entre outros. A banca está ciente e preparada para o novo cenário”, ressaltou.
Franco destacou que provas como a de natação, incluída no teste físico, não poderão ser excluídas do certame, mesmo que haja piscinas fechadas em diferentes regiões. Contudo, ela explicou que algumas etapas estão sendo revisadas por causa da atual situação.
“Não é possível retirar a natação do TAF, porque é uma aptidão que o policial vai precisar, mas várias das etapas do concurso estão em fase de revisão. Ainda não concluímos. É sabido, por exemplo, que a fase de avaliação psicológica é muito judicializada e tudo que é muito judicializado a gente para rever, entender por que acontece, se é algo que precisa melhorar ou manter, mudar, adequar”, disse.