PEC Emergencial vai proibir concursos públicos até 2022 caso seja aprovada; entenda

O Congresso Nacional está analisando uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que traz alguns impedimentos aos Três Poderes. De acordo com a PEC Emergencial, o Executivo, o Judiciário e o Legislativo podem ser proibidos de realizar concursos até 2022. A norma prevê ainda que os Poderes não poderão conceder aumentos aos seus servidores. Para […]

O Congresso Nacional está analisando uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que traz alguns impedimentos aos Três Poderes. De acordo com a PEC Emergencial, o Executivo, o Judiciário e o Legislativo podem ser proibidos de realizar concursos até 2022. A norma prevê ainda que os Poderes não poderão conceder aumentos aos seus servidores. Para valer, o texto precisará de aprovação.

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Em que o texto se aplica

Segundo o criador da PEC Emergencial, o senador Márcio Bittar, o texto irá valer para os estados, Distrito Federal, municípios, Três Poderes, Ministério Público, Tribunal de Contas e a Defensoria Pública. Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso, explica que o Legislativo está analisando as normas.

Ele afirmou também que “tudo o que for apresentando ainda nesta proposta, que não é a definitiva, será objeto de análise. Ocorre a possibilidade de ter mudanças. Duas coisas não vão ocorrer: a flexibilização do teto (de gastos, regra que limita o aumento das despesas do governo) e o aumento de carga tributária”.

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O que diz a PEC Emergencial?

A PEC Emergencial foi redigida com o propósito de limitar os custos e diminuir ainda mais o teto de gastos. Para isso, a proposta define que a correção do teto pela inflação seja interrompida durante o período de validade da regra, que deve durar enquanto houver a crise financeira por causa da COVID-19.

Contudo, após a normalização da economia brasileira, os gatilhos serão retirados. O texto prevê ainda que as travas poderão ser acionadas pelo chefe do Poder Executivo quando os gastos chegarem a 85% das receitas. Neste caso, o Legislativo deverá aprovar a ativação para esta começar a valer.

De acordo com a PEC Emergencial, os impedimentos serão acionados automaticamente quando as despesas ultrapassarem 95% das receitas. Portanto, no período em que a regra estiver valendo, não poderá haver:

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  • Aumento e reajustes: vedados a não ser que determinado por ordem judicial;
  • Criação de cargos: vedado se representar aumento de despesa;
  • Estrutura de carreira: não pode ser alterada se isso aumentar as despesas;
  • Novas contratações: vedadas a não ser que não representem aumento de gastos ou vacância de órgãos vitalícios, temporários para serviços militares e alunos de escolas militares;
  • Concurso público: vedado a não ser para os casos liberados acima;
  • Benefícios e bônus: vedados a não ser que determinados por ordem judicial;
  • Despesa contínua: é proibida a criação de despesa obrigatória contínua a não ser que haja compensação, aumento de receita ou diminuição de despesas;
  • Correção das despesas: é vedada qualquer medida que implique na correção dos gastos acima da inflação;
  • Contagem do tempo para benefícios: o período da emergência fiscal não vale para o tempo necessário de concessão dos benefícios do serviço público, contudo serve para aposentadoria e para o tempo de serviço.

Fim dos fundos da União

Outra proposta existente dentro do texto é a extinção dos fundos da União, estados, DF e municípios criados até o fim de 2016. Sendo assim, para que um fundo não deixe de existir, será necessária a aprovação de uma lei complementar para resguardá-lo. Não entram na PEC Emergencial os que são:

  • Previstos na Constituição;
  • De receitas vinculadas à Constituição;
  • Destinados a garantias;
  • Do Poder Judiciário;
  • Fundos de segurança pública;
  • FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico);
  • FNC (Fundo Nacional da Cultura);
  • Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira).

De acordo com a PEC Emergencial, a ideia é utilizar os recursos para acabar com a pobreza no Brasil. Entre as utilizações previstas para o dinheiro, também estão investimentos em:

  • Implantação e finalização de rodovias e ferrovias;
  • Interiorização do gás natural produzido no Brasil;
  • Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco;
  • Projetos de pesquisa e desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação.

O texto chegou a ser questionado por parlamentares, uma vez que esses acreditam que as normas irão flexibilizar o teto de gastos públicos. Inclusive esta foi uma mudança citada por Eduardo Gomes como possível.

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No entanto, Bittar respondeu que em sua PEC Emergencial não há previsão como essa. “Sou apoiador da agenda econômica do governo, representada pelo ministro Paulo Guedes, e está fora de cogitação qualquer medida que flexibilize o teto de gastos”, pontuou.