Sob orientação de assessores que trabalham em gabinetes do Palácio do Planalto, afiliados da ala política estão levantando rumores de o Congresso possivelmente prolongar o pagamento do auxílio emergencial até, no mínimo, março do ano que vem. Um interlocutor do Legislativo em declaração ao Radar Econômico disse “estão tentando plantar a semente”.
Na última sexta-feira (20/11), mensageiros do governo tentaram conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM -RJ), sobre a possibilidade de estender o pagamento do benefício emergencial. Contudo, a proposta foi negada por Maia. Novas discussões a respeito do tema rondaram o Planalto na segunda-feira (23/11). De acordo com os assessores, o poder de veredito está com o líder do Poder Executivo, Jair Bolsonaro, e que a decisão deve ser tomada depois que acontecer o segundo turno das eleições municipais.
Todavia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não está incluído nessas tentativas de retomar as discussões sobre a hipótese. Segundo Guedes, não há motivo para considerar a extensão do pagamento do auxílio emergencial sem que haja uma severa “segunda onda” de infecções por COVID-19. Ele disse que as pessoas que estão sugerindo a pauta estão mal-intencionadas.
Segunda onda da pandemia
Na quinta-feira de 12 de novembro, em teleconferência da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Paulo Guedes garantiu que “se houver segunda onda, não é possibilidade, é certeza (recriar o auxílio emergencial). Acredito que, se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar (o auxílio emergencial)”.
Ainda no auxílio emergencial previa apenas três parcelas, que foram prorrogadas. A última extensão foi feita em setembro, com valor reduzido pela metade.
Essa medida emergencial de enfrentamento da COVID-19 foi a mais cara aos cofres públicos. Contando todas as nove parcelas do pagamento do auxílio, o impacto fiscal do programa é em torno de R$ 322 bilhões.