Pelo segundo ano seguido, o Brasil não terá horário de verão. Medida foi usada de 2008 a 2018 com objetivo de economizar o consumo de energia. De acordo com novos estudos, alteração nos relógios perdeu eficiência como ferramenta para conter consumo de energia por causa do calor excessivo.
Decreto foi divulgado em abril de 2019, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que encerrou o horário de verão no Brasil. O decreto foi com base em estudo do Ministério de Minas e Energia (MME), que apontou uma economia de R$ 100 milhões com o fim da horário de verão para o consumidor.
“Nos últimos anos, com as mudanças no hábito de consumo da população e a intensificação do uso do ar condicionado, o período de maior consumo diário de energia elétrica foi deslocado para o período da tarde, quando o horário de verão não tinha influência. Como a luz traz consigo o calor, o horário de verão também passou a produzir um efeito de aumento de consumo em determinados horários, que já superavam seus benefícios”, explicou o MME em nota na época.
Brasil não terá horário de verão!
A redução da economia do horário de verão começou a ser percebida e questionada em 2017, quando foi registrada uma queda de consumo da ordem de 2.185 megawatts, equivalente a cerca de R$ 145 milhões. Em 2013, a economia havia sido de R$ 405 milhões, caindo para R$ 159,5 milhões em 2016, uma queda de 60%.
De acordo com novos estudos, a alteração nos relógios já não era eficiente como ferramenta para conter consumo de energia por causa do calor excessivo.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão começou em 2008, durante o Governo Lula, que definiu regras para as datas de início e término do horário de verão no Brasil. Em resumo, o decreto informava que nos estados onde o horário de verão é observado, seria iniciado no terceiro domingo de outubro e encerra-se no terceiro domingo de fevereiro, exceto quando o terceiro domingo de fevereiro coincidisse com o domingo de Carnaval. Nesse caso, o horário de verão encerraria no domingo seguinte.
O objetivo era evitar que, em meio a um feriado, pessoas esquecessem de ajustar seus relógios.A aplicação do horário de verão resultava, no passado, em maior economia de energia elétrica, quando mais pessoas tinham um horário de trabalho tradicional, chegando em casa no início da noite, e ligando a iluminação e aparelhos elétricos em seus lares, e criando um pico de demanda. Hoje, o uso de equipamentos de ar condicionado durante o dia, em especial nas tardes ensolaradas e quentes de verão, mudou a curva de consumo, colocando o pico no período do meio da tarde.
Assim, o horário de verão tornou-se ineficiente em seu propósito. Por isso, pelo segundo ano consecutivo, o Brasil não terá horário de verão.