De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja cortar impostos e reduzir direitos trabalhistas. Estas seriam medidas de contenção para a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus. Governo estima que o PIB do brasil irá cair 4,7%.
Na terça-feira (19/05), Guedes fez uma reunião com empresários. Conforme o ministro, ao cortar impostos de encargos trabalhistas, o governo estaria promovendo um benefício a quem realiza novas contratações.
O ministro chegou a afirmar que por conta do desemprego em massa seria preciso soluções diferentes e que para isso precisaria do apoio dos presentes, para que assim, a medida fosse aceita pela sociedade. “Temos de ter coragem de lançar esse sistema alternativo, com menos interferência sindical, com menos legislação trabalhista”, disse em dado momento.
A ideia de Guedes em relação aos direitos trabalhistas se assemelha com a Carteira de Trabalho Verde e Amarela. Anteriormente, o governo tentou implementar uma nova forma de contratação por meio de uma Medida Provisória (MP). Nela, os trabalhadores teriam direitos reduzidos sob a justificativa de se criar novos empregos.
Apesar de ter sido aprovada na Câmara dos Deputados, a MP da Carteira de Trabalho Verde e Amarela perdeu a sua validade pois nem chegou a ser apreciada pelo Senado Federal, em uma clara derrota do governo.
Nova CPMF?
Toda essa redução de impostos e direitos trabalhistas precisariam ser compensadas financeiramente, afinal a União precisa arrecadar dinheiro. Sendo assim, o ministro deseja aplicar imposto sobre pagamentos, no caso, transferências digitais. Mesmo que o novo imposto proposto tenha muitas características da CPMF, Guedes rechaça de forma contínua a comparação.
Durante a reunião, não foram dados mais detalhes sobre como o novo imposto funcionaria e nem quando poderia ser apresentado ao Legislativo. O ministro aproveitou para anunciar que nos próximos meses iria criar novas linhas de créditos.
Polêmica sobre o Banco do Brasil
Paulo Guedes se envolveu em uma polêmica em relação ao Banco do Brasil. No vídeo divulgado da reunião de 22 de abril, na qual Sérgio Moro havia denunciado que o presidente Jair Bolsonaro teria cometido crime de interferência na PF, o Ministro da Economia demonstrou vontade de vender o BB.
Além disso, em um dado momento, Guedes profere um palavrão para reafirmar sua posição. É válido lembrar que o BB possui o governo federal como maior acionista, sendo que a instituição é considerada uma Sociedade Anônima.