Paulo Guedes foi amplamente criticado por diversas entidades ligadas ao funcionalismo brasileiro. Isso porque o ministro da Economia, na última sexta-feira (15/05), comparou os servidores públicos a saqueadores.
“Que usem a desculpa da crise de saúde para saquear o Brasil na hora que ele cai. (…) Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai às ruas exercer a sua função ou porque um médico vai às ruas exercer a sua função?”, questionou.
Durante a coletiva de imprensa, Guedes destacou que não será permitido que se aproveitem dos momentos de fragilidade. “Só vamos pedir uma contribuição, por favor. Enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, por favor, não assaltem o Brasil”, alegou.
O ministro da Economia também pediu para que Bolsonaro vete o pacote de socorro aos Estados e Municípios, previsto no projeto de Lei Complementar 39/2020. Com a restrição de reajustes para os servidores essenciais, como médicos e policiais, a receita poderia economizar R$ 87 bilhões de reais.
Entidades condenam comparação de servidores públicos a saqueadores
Em nota divulgada na última segunda-feira (18/05), a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) repudiou a declaração de Paulo Guedes. O órgão considerou o pronunciamento como uma ofensa para o funcionalismo público.
“Ao contrário do que disse o ministro, não somos criminosos. E sobre subir em cadáveres, talvez essa seja a especialidade de quem se furta à responsabilidade de enfrentar a grave pandemia que nos atinge, jogando nas costas de quem está na linha de frente a responsabilidade por soluções que os gabinetes refrigerados não encontram”, escreveram os representantes da Fenapef.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) também se manifestou contra as palavras de Paulo Guedes. Assim sendo, outra nota de repúdio foi publicada com o objetivo de questionar sobre até quando continuará a afronta contra os servidores.