Na última terça-feira (28/04), o governo federal estimou que ao menos 150 mil pedidos de seguro-desemprego foram feitos a mais do que em 2019. A crise provocada pelo novo coronavírus pode ter sido o principal fator de agravamento do cenário.
No ano passado, conforme os dados divulgados pela equipe econômica do governo, 866.735 trabalhadores deram entrada na solicitação do seguro-desemprego. Tudo isso entre o início de março e a primeira quinzena de abril de 2019.
Entretanto, em 2020, tomando o mesmo período como métrica, 804.538 pessoas pediram o benefício. O número aparentemente é inferior ao do ano passado, mas outros fatores precisaram ser analisados com cuidado.
O governo federal estimou que pelo menos 200 mil trabalhadores demitidos ainda não entraram com o pedido de seguro-desemprego. Isso elevaria as estatísticas para pouco mais de um milhão. Ou seja? Cerca de 150 mil pedidos a mais do que em 2019, tomando o mesmo período como base dos cálculos.
Consequências da pandemia
Os primeiros números divulgados já denotam os efeitos da pandemia na empregabilidade no Brasil.
Por outro lado, nos Estados Unidos, as consequências são ainda maiores: mais de 26 milhões de trabalhadores solicitaram o seguro-desemprego. Tudo isso somente nas últimas cinco semanas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) pressupõe que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA deverá cair 5,9% apenas no ano 2020.
Detalhes sobre os pedidos de seguro-desemprego no Brasil
De acordo com a Agência Brasil, os números foram baseados nas solicitações registradas pelo Ministério da Economia e nas estimativas de demandas futuras. Bruno Bianco, secretário especial de Previdência e Trabalho, destacou que os novos pedidos de seguro-desemprego ainda não foram feitos por causa das restrições no atendimento presencial.
“Tendo em vista o fechamento das agências Sine [Sistema Nacional de Emprego], temos uma demanda reprimida. Ainda temos pequena fila, que estamos dando conta rapidamente, do pedido do seguro-desemprego. E essa demanda reprimida não passa de 200 mil em março e abril de 2020. Portanto, temos um aumento de pedidos de seguro-desemprego, mas esse aumento não passa de 150 mil pedidos [a mais, em relação a 2019]”, explicou Bianco para a Agência Brasil.