Na noite de segunda-feira (26/10) foi registrado um meteoro na Bahia. Categorizado como um bólido (meteoro de alto brilho), o meteoro foi visto em diferentes cidades do estado. Vários testemunhos foram enviados nas redes sociais e pela ferramenta de relato de meteoros da Bramon (sigla em inglês para Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros).
De acordo análise preliminar de vídeos, a Bramon deduziu que a principal trajetória do meteoro na Bahia foi de leste rumo a oeste. O fenômeno começou às 21:29 (horário de Brasília) cerca de 52km acima do município de Taperoá e continuou até aproximadamente 10km de altitude sobre o município de Burietá, na Bahia.
O fenômeno teve características parecidas com um registrado no dia 19 de outubro deste ano (2020) na região da Bahia. Essa observação foi feita por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e integrante da Bramon.
Testemunhos sobre o meteorito
Vários relatos sobre o meteoro na Bahia foram publicados nas redes sociais descrevendo o fenômeno, que em sua maioria ficaram impactados com o barulho e os tremores provocados.
O produtor cultural, Roberlan Araújo, narrou o fenômeno da seguinte maneira: “primeiro, sentimos um estrondo muito forte, seguido de um tremor. Estava na cozinha e os armários chacoalharam. Logo, todos estavam na rua se perguntando o que havia acontecido. Os grupos de WhatsApp lotaram de relatos de um clarão no céu, uma bola de fogo que o cortava e esse tremor forte em Ituberá e região. Cinco minutos depois já sabíamos que um objeto não identificado havia caído do céu entre o mar de Pratigi e Morro de São Paulo”.
O que é esse fenômeno?
Todos os dias, a atmosfera da terra é atingida por materiais do espaço, em médica 40 toneladas de pó e rochas diariamente. Nesses materiais estão incluídos os meteoros e as “estrelas cadentes”.
O que faz o fenômeno luminoso acontecer é a alta velocidade com que essas rochas colidem com nossa atmosfera. O choque e a alta pressão geram altas temperaturas e transformam em plasma os gazes atmosféricos, ou seja clarões de luz.
A respeito do barulho e dos tremores de terra testemunhado pela queda do meteoro na Bahia, Marcelo Zurita explica que “o tremor é devido ao deslocamento de ar. É uma coisa que acontece, mas é mais raro. Quando há algum evento como esse, o que há de mais perigoso, o que causa mais risco, é o deslocamento de ar. As pessoas sentem como tremor de terra, mas ele treme paredes, janelas, não a terra em si, tanto que ele não é captado pelos sismógrafos. É da mesma forma quando sentimos um caminhão pesado passando pela rua”.
Mas que apesar disso, o meteoro na Bahia não é um risco aos moradores da região porque “mesmo que sobre algum fragmento do meteoro após ele atingir as camadas da Terra é muito difícil atingir pessoa ou povoado. Esse objeto de ontem não deve ser muito grande. Ainda não calculamos a massa, mas ele não deve chegar a um metro”, afirmou Zurita.