Em entrevista realizada na última segunda-feira, dia 30 de novembro, o presidente da Câmara dos Deputados comentou sobre a prorrogação do auxílio emergencial para 2021. Rodrigo Maia (DEM-RJ) informou que não renovará as parcelas do benefício e nem o estado de calamidade pública. Ambas as medidas estarão vigentes até o dia 31 de dezembro de 2020. Em ocasiões anteriores, o parlamentar já havia cobrado um posicionamento do governo quanto às duas pautas.
“Não adianta chegar no último dia e querer pressionar, porque não vai funcionar. (…) Não adianta forçar a mão porque, na minha presidência, no dia 31 de dezembro não haverá, em nenhuma hipótese, prorrogação automática do estado de calamidade. Governo terá de trabalhar a partir de 02 de janeiro com as medidas provisórias”, afirmou o presidente da Câmara para o ‘UOL Entrevista’.
Indagado sobre a prorrogação do auxílio emergencial, Rodrigo Maia disse que isso é “problema do governo”. Ele informou que a Câmara dos Deputados já está fornecendo todos os instrumentos para enfrentar as crises econômicas de 2020.
“O que tinha para gastar de forma urgente, foi gasto. (…) Parece custoso, desgastante, mas isso [LRF e regra de ouro] é que vai dar condições para o setor privado investir no Brasil, como começou a investir nas últimas semanas”, completou.
Prorrogação do auxílio emergencial? Bolsonaro e Guedes comentam sobre a possibilidade
No dia 24 de novembro, o presidente Jair Bolsonaro respondeu ao questionamento sobre a prorrogação do auxílio emergencial. O chefe do Executivo informou que provavelmente não será necessário aprovar novas parcelas do benefício. Até porque, segundo suas próprias palavras, a pandemia da COVID-19 está “realmente de partida do Brasil”.
“A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecerem. Esperamos que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar e não teremos novos confinamentos no Brasil”, afirmou o presidente em conversa registrada no Palácio do Planalto.
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda existe uma grande pressão para que o auxílio emergencial seja prorrogado em 2021. Os argumentos favoráveis ressaltam que uma segunda onda da pandemia vai desestabilizar a economia brasileira. Seria necessário, então, manter as medidas que já estão vigentes.
“Do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer. É evidente que tem muita gente falando em segunda onda, etc. e nós estamos preparados para reagir a qualquer evidência empírica. Se houver uma evidência empírica, o Brasil tiver de novo mil mortes, tiver uma segunda onda efetivamente, nós já sabemos como reagir, já sabemos os programas que funcionaram melhor”, argumentou Guedes.