A pandemia do novo coronavírus trouxe muitas consequências pelo mundo inteiro. Além de milhares de pessoas terem ido a óbito, outras perderam a sua fonte de renda. O que preocupa, com a chegada de um novo ano, é como será a procura de emprego no pós-pandemia?
No Brasil, já são mais de 15 milhões de pessoas desempregadas, tanto formais quanto informais. Esse é o número de trabalhadores que pode voltar a buscar emprego nos próximos meses e, se não houver oportunidades, acabarão piorando as estatísticas de pobreza no Brasil.
Os brasileiros tiveram direito, desde março de 2020, ao auxílio emergencial que será encerrado em dezembro. O grande desafio agora é como suprir essa população que ficará desassistida.
Procura de emprego no pós-pandemia
A situação é ainda mais preocupante. Acontece que os 15 milhões de desempregado são apenas aqueles que procuram emprego. Outros 10 milhões de trabalhadores deixaram de procurar trabalho e, por isso, não são contabilizados pela metodologia do IBGE.
Sendo assim, em algum momento, todo este montante deverá voltar a buscar emprego no pós-pandemia.
Além disso, existe a preocupação com a população que deixará de receber o auxílio emergencial e que não se enquadram nos requisitos do Bolsa Família. A maior preocupação do governo atualmente é como suprir essa parcela da população.
Trabalho doméstico perde postos de emprego
Os profissionais domésticos e dos setores de alojamento, alimentação e comércio foram os profissionais que foram atingidos pela pandemia do novo coronavírus. No caso específico do trabalho doméstico, por exemplo, houve de quase 1,7 milhão de postos de trabalho fechados em relação ao ano passado.
Todos estes profissionais estão entre os que vão precisar de ajuda do governo para se reposicionar no mercado de trabalho na retomada da economia. Juntos, esses três setores empregavam, no terceiro trimestre de 2020, 5,7 milhões a menos do que em igual período de 2019.
Novo Bolsa Família
O senador Márcio Bittar (MDB-AC) está elaborando uma proposta de emenda constitucional, que tem o objetivo de encontrar formas de financiamento do novo Bolsa Família.
Bittar pretende modular a proposta com base nos níveis de cortes orçamentários (do mais leve ao mais drástico). A estratégia, que já havia sido vetada por Bolsonaro, voltou a ser tema das discussões internas. Ao que tudo indica, existe consenso para incluir contenções nas despesas obrigatórias.
Muitos parlamentares continuam ressaltando a importância de garantir meios para financiar o novo Bolsa Família. Até porque uma nova onda da COVID-19 poderá acontecer ainda em dezembro de 2020 ou no início do ano que vem, como nos outros países pelo mundo.