O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que o objetivo é transformar Brasil em ‘grande zona de livre comercio’. Além disso, para ele, é preciso mostrar preocupação com meio ambiente para retomar acordo com União Europeia. Por isso, nos próximos dois anos o governo federal vai “para o ataque” com privatizações e reformas.
A afirmação do ministro aconteceu durante uma videoconferência em que falava sobre comércio internacional. Durante o discurso, ele afirmou ainda que a área econômica do governo havia falhado no cumprimento de metas de abertura da economia ao mercado exterior.
O ministro salientou que a retomada será realizada de maneira gradual e segura. “Dedicamos este primeiro ano, ano e meio para atacar as grandes despesas do governo. Jogamos na defesa. No segundo ano, e nos próximos dois anos, vamos para o ataque. Vamos para as privatizações, com abertura, com simplificação, reforma tributária, a reindustrialização em cima de energia barata. É esse o panorama à frente”, declarou.
Para 2020, Guedes havia previsto fazer quatro grandes privatizações: Eletrobras, Correios, Porto de Santos e Pré-Sal Petróleo S.A. Ele tem dito que a nova meta é vender essas quatro empresas até o fim de 2021.
Em 2021, governo vai ao “ataque” com privatizações e reformas
O ministro defendeu a necessidade de avançar nos próximos meses nas discussões de medidas como as reformas tributária e administrativa, e o pacto federativo.
Entre os próximos passos na agenda de reformas, o ministro citou:
- Lei de falências (aprovada na Câmara dos Deputado e que aguarda análise pelo Senado);
- Autonomia do Banco Central, (aprovada pelo senadores e aguardando a análise pela Câmara);
- Marcos regulatórios do gás natural e da cabotagem;
- PEC da emergência fiscal.
Resistência para avançar com privatizações
O ministro da Economia afirmou que havia resistência dentro do governo sobre a venda de estatais.
“As privatizações não andaram, e eu estou convencido hoje, porque havia um acordo político de centro-esquerda para não pautar. E dentro do governo também alguma resistência, em alguns ministérios. Todo ministro gosta de uma empresa que está embaixo do ministério dele. Alguns ministros nossos, no início não compreenderam a importância do programa de privatizações para derrubar a dívida/PIB”, disse o ministro.
Guedes não detalhou diretamente sobre quais ministros apresentavam resistência, mas afirmou que foi vencida “agora todo mundo entendeu a importância crucial da privatização”, disse.
Além disso, houve a acusação de que haveria um acordo no congresso, com objetivo de bloquear o andamento das desestatizações. No final de setembro, o ministro direcionou a crítica diretamente ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que rebateu afirmando que Guedes estava “desequilibrado”.
Meio ambiente
Ainda durante o seu discurso, o ministro afirmou que é preciso mostrar preocupação com meio ambiente para retomar acordo com União Europeia. Guedes citou a existência de outras barreiras comerciais, como as exigências fitossanitárias e relacionadas à preservação do meio ambiente, que devem ganhar atenção do governo.
“Tem exigências fitossanitárias também. ‘Essa madeira não queremos porque vem da Amazônia’. Tem uma guerra com argumentação de meio ambiente, uma guerra de protecionismo disfarçado em praticas sanitárias. Temos de ter igual atenção às barreiras não tarifárias”, destacou.