Criminosos da internet estão usando o nome do Sistema Único de Saúde (SUS) para dar golpes. Em abril de 2020, uma série de roubos foi feita via WhatsApp. Golpistas se passavam por entrevistadores do TeleSus 136 para rackear contas do aplicativo de conversas. Neste mês de novembro, situações semelhantes voltaram a acontecer.
O crime é realizado da seguinte maneira: primeiro a pessoa recebe uma ligação que, supostamente, vem do Ministério da Saúde (MS). Neste momento, os criminosos desenvolvem um discurso parecido com o de telemarketing e pedem uma série de dados pessoais. De acordo com o “entrevistador”, a conversa é uma pesquisa acerca da pandemia de coronavírus.
Depois, enviam um código para o número de WhatsApp da vítima. Segundo o dfndr Lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, a partir desse código, o golpista tem acesso ao aplicativo no celular do dono e o bloqueia. Dessa forma, ele consegue informações importantes sobre a pessoa golpeada e também acesso aos seus contatos.
“Com o golpe da clonagem de WhatsApp, os criminosos roubam o acesso ao aplicativo da vítima. E lucram ao se passarem pela própria pessoa e atacarem seus contatos, pedindo empréstimos, pagamentos de contas e transferências bancárias”, explicou Emilio Simoni, diretor do dfndr lab. De acordo com Simoni, pelo golpe do SUS os criminosos conseguem acessar até a conta bancária da vítima.
Previna-se contra o golpe do SUS
Em abril, quando a falcatrua começou, o Ministério da Saúde chamou a atenção da população para ter cuidado. O comunicado do início do ano continua valendo: o MS não solicita dados pessoais e nem envia códigos de confirmação. Sendo assim, o primeiro passo para se prevenir contra o golpe do SUS é verificar o número da ligação.
O Sistema Único de Saúde de fato liga para as pessoas para entrevistas, no entanto, o número utilizado é sempre 136. Qualquer contato com número diferente deste dizendo que está fazendo pesquisa para o órgão é mentiroso.
“Os criminosos geralmente utilizam o nome de marcas famosas ou de serviços do governo, como foi o caso do golpe do falso cadastro do auxílio emergencial, para o qual já identificamos mais de 19 milhões de tentativas de acesso e compartilhamentos e mais de 270 aplicativos falsos se passando pelo serviço oficial. O objetivo desses golpes é, quase sempre, roubar dados pessoais e bancários das vítimas”, disse Simoni.
Ligações do governo não pedem dados pessoais ou doações, nem enviam códigos de confirmação. A dica é ignorar ligações de números não oficiais e mensagens de prêmios, sorteios e outros benefícios.